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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Cartas náuticas para marinheiros de terra firme - 12º relato: Serra Negra e o dia em que máquinas superarão a inteligência humana (será?)

“Se o cérebro cibernético pudesse criar sua própria alma, qual seria a importância de ser humano?”

Olá!


Mas as Cartas Náuticas já não haviam sido encerradas? Já não haviam até mesmo recebido seu epílogo? Acontece que, se vocês prestarem a atenção, verão que eu menciono duas cidades onde não houve tempo de estender minhas jornadas. Falo de Jaguariúna e de Serra Negra, sendo que esfreguei a borracha de meus pneus agora, mais recentemente, nestas belas urbes. Desta forma, reabro o caderno velho de minhas anotações para acrescer mais esta folha, começando pela última, que, na verdade, foi a primeira. Confuso? Confuso. Então, chega de palavrório e vamos ao que interessa. Estamos naquela cidade cujo nome deriva da densidade das matas que recobriam suas montanhas, Serra Negra.



Estamos novamente no Circuito das Águas Paulista, e toda a iconografia deriva do líquido, como costuma acontecer em lugares que tem um marco tão forte a distingui-las das demais. Essa simbologia já começa logo na entrada da cidade, onde há a estátua de uma ninfa, divindade grega simbionte das águas, conforme já expliquei em meu texto sobre São Lourenço, estância mineira cujo circuito é equivalente ao paulista.



É óbvio que está ao alcance da mão abrir uma garrafinha de água em um quentíssimo mês de janeiro, mas a industrialização quebra o encanto da coisa. Por isso mesmo, Serra Negra possui alguns parques onde as pessoas (eu e patroa inclusive) preferem procurar para coletar um pouco de H20 diretamente da fonte. Um deles contém duas, além de peixes para divertir as crianças e bancos para esticar as canelas.



As águas minerais habitam o imaginário popular não só pelo que elas tem de bom, incluindo propriedades terapêuticas, mas principalmente por um certo misticismo que se dá diante de tal elemento, uma espécie de integração à natureza ou um favor divino. Por isso, é comum que sejam vinculadas a entidades que guarneçam a religiosidade, como é o caso das fontes deste parque, uma delas dedicadas a Santo Agostinho...



... e outra a Santa Luzia, padroeira daqueles que tem problemas nos olhos. As águas desta fonte são usadas para lavar e gotejar, como se fossem um colírio espiritual.



Há também o Parque das Fontes, onde estão a fonte São Carlos e a fonte dos Italianos. Eu estava com um pouco de pressa naquele momento, e achei que a casa estava um pouco desarrumada. Desisti rápido dele.



Serra Negra não é turística apenas por sua paisagística e por sua crenologia, mas também por ser especializada na venda de artigos de couro. E como a galera gosta de torrar suas moedas! A região das lojas estava lotada, o que foi um motivo a mais para eu passar ao largo. Preferi conhecer outros recantos urbanos, como a praça do paço municipal, onde está localizada a estátua de um dos seus moradores mais célebres, Ronald Golias.



No mesmo local, há uma fonte dos desejos, onde o pessoal aprecia jogar as moedinhas de menor valor. Gostei muito da estátua das duas divindades se pegando. Como o visual do suposto rapaz é meio andrógino, há quem pensa se tratar de duas ninfas. Eu acho que dá para atribuir a cada um à sua própria fantasia, mas analiso o contexto como um todo. Anatomicamente, o formato do corpo do menino é meio arredondado demais, mas ele está quase que completamente nu, enquanto a moça tem suas partes pudendas mais cobertas. Sei lá.



Por esta ocasião, estava acontecendo o Festival da Cachaça, evento anual recente que celebra o líquido insorvível por dinossauros canoros. Por toda a praça João Zelante, quiosques contam histórias, explicam processos, exibem marcas e oferecem bebericagens para os transeuntes ávidos por diversões etílicas. Bem melhor do que ficar caçando jaquetas de couro.



Serra Negra, região montanhosa como indica o nome, tem todos os predicados para a existência de um teleférico, e ele realmente há. Confesso mais uma vez minha pouca vocação para alturas, mas enfrentar o medo é a melhor fórmula para vencê-lo, e a oportunidade estava à minha frente, como em Caxambu.



É óbvio que, à medida que o balanço vai se equalizando nos cabos e nos nervos, la paura vai amenizando. Se eu fosse um cara religioso, a visão do Cristo imenso no topo do morro provavelmente me reconfortaria. Mas o fato é que você chega lá em cima balançando os pés, já brincalhão.



Quando você vai iniciar a descida, a sensação de vazio no estômago é muito mais forte, porque é aí que você percebe de verdade o quanto você está no alto. Mas é também quando você morre de inveja, morador da Terra da Garoa, ao ver o nível de arborização de uma cidade.



O morro é o Pico do Fonseca, gajo do qual não achei referência alguma. Depois de uns quinze minutos de subida, além da vista da cidade que o mirante proporciona, há uma lanchonete e uma casa de doces (desconsolo dos diabéticos) toda temática, fazendo o ambiente recender a cheiro de chocolate.



Lá dentro, uma série de ursinhos mecanizados simulam uma fábrica da apetitosa e perigosa guloseima. A patroa foi se divertir com a comilança; eu, com os mecanismos – é o que me resta. Mas não estou me vitimizando, só contando essa historinha. As crianças costumam ficar encantadas com as duas coisas.



O lugar foi feito para tirar fotos, inclusive com uma casinha de flores com formato de cogumelo, o que dá um certo ar de misticismo, que flutua entre o onírico e o lisérgico, digamos. É aquele tipo de coisa que significa uma coisa para os petizes, e outra para os marmanjos de cérebros já deturpados. Lembrei do Ventania e de São Thomé das Letras, é inevitável.



Uma das opções na descida do Pico do Fonseca é utilizar o caminho da via sacra. Trata-se de uma ladeira com as estações utilizadas por ocasião da semana santa, quando os fiéis da cidade buscam o Cristo do alto do morro. Também serve de opção para aqueles que não estão a fim de encarar o teleférico na descida, já que é um caminho bem bonito e fresco nestes dias de sol na tampa da cabeça.



É também do alto que fotografei a igreja de São Benedito. Confesso duas coisas: achava que esta era a matriz da cidade por conta de sua beleza e aspecto antigo, e que não estava com muita vontade de ficar visitando templos, do que me arrependi posteriormente, porque observando algumas fotos na internet, notei que tanto esta quanto a matriz de verdade (Nossa Senhora do Rosário) são belíssimas por dentro. Bom, passons...



A pressa era motivada pela quantidade de coisas para fazer em unzinho fim de semana. Há um lugar chamado Alto da Serra, bem alto e fácil de chegar, próximo ao núcleo urbano, e onde o pessoal mais arrojado costuma saltar de parapente.



É um daqueles típicos pontos limítrofes, que divide a área rural e a zona citadina. Como tem bastante vento, eu e a patroa ficamos um bom tempo refrescando a nossa contemplação, apesar da quantidade expressiva de motos com seus borozinhos abertos. Queria ter pego um dos buguinhos para dar um rolê, mas estava caro para um cacete, prejudicando o orçamento da massa proletária.



Um pouco mais enfiado para o mato, fica a adega da família Silotto, que comercializa vinhos, cachaças, outras bebidas e petiscaria para acompanhar.



Eles têm o ótimo hábito de preservar sua história, que pode ser comprovada através de fotos e documentos, como é o caso do atestado de liberação abaixo, datado da década de 40 e mantido como uma relíquia da casa (que é, de fato).



Esse interesse na própria história e da cidade onde vivem gerou a possibilidade de montar um pequeno museu da cachaça dentro de uma barrica simulada. Lá dentro, aparelhos rústicos, peças, utensílios domésticos e pôsteres contam a história da família em sua busca por um recanto de paz após sua saída da Itália.



Serra Negra é toda bonita, mas o que há de mais original e curioso é a Disneylândia dos Robôs, obra do mecânico Pedro Tomé, que agrupa todo tipo de parafernália eletromecânica e aproveitamento de sucata para construir seus autômatos.



O lugar é diversão garantida para a molecada, mas há muita coisa com as quais os adultos podem se divertir, principalmente rememorando seus tempos de criança, ora essa. A maioria das peças possui algum tipo de mecanismo que lhe permite a movimentação, a iluminação ou ambas as coisas. Este grou, por exemplo, move sua cabeça e seu rabicho, e é construído de modo a se observar com facilidade como as engrenagens se movimentam.



Outro artefato que permite o mesmo efeito é o robô ciclista, sem dúvida um dos favoritos da casa. Aqui, a criança consegue perceber como um motorzinho aciona toda uma cadeia de pequenas peças, de modo a emular o que ocorre com o próprio corpo humano. Interessante.



E o que me fez filosofar? Um capacete. Um mero e bobo capacete com uns trecos presos nele, que as pessoas podem pôr para ter a sensação de como seria uma “máquina de pensar”, tipo daquelas do Professor Pardal.



É óbvio que o capacete é só uma brincadeira, embora ele tenha me colocado para pensar de fato. Não pela estimulação de meus neurônios por alguma espécie de pulso elétrico, mas porque me recordou do desafio cada vez mais palpável de se integrar homem e máquina, ou de que produzamos equipamentos que se comandem independentemente de interveniência humana.

O homem moderno sempre teve encantamento com os robôs. E medo também. Um autômato que o substitua nas tarefas monótonas, pesadas ou arriscadas é um grande sonho de consumo, mas a execução destes trabalhos demanda um determinado nível de “raciocínio” – uma programação em que a máquina tome decisões. E isso é o que assusta. Mas o fato é que os computadores caminham para uma capacidade de processamento difícil de conceber, e as revoluções que imaginávamos nos Jetsons foram por caminhos bem distintos.

Como eu já disse neste texto, ainda que de forma não intencional, um computador parece processar suas informações de modo muito semelhante aos processos mentais. Tudo começa com “0” e “1”, o sistema numérico binário. Essa arquitetura nasce da ideia genial de Joseph Jacquard, engenheiro e tecelão francês, que criou um tear totalmente automatizado. Quem já viu uma confecção de tapetes sabe do que se trata: os fios precisam passar para lá e para cá da peça a ser tecida, de modo a constituir uma trama de cores e relevos. A sacada de Jacquard foi perceber que esse trabalho seguia um padrão, que poderia ser reproduzido em um gabarito que determinaria quais fios traspassariam a peça em cada passo. Se há um furo no gabarito, o fio passa; se não há, não passa – simples assim. Essa é a base que veio desembocar na máquina de Von Neumann, que nada mais é do que esse aparelhinho que você tem à sua frente neste momento, um computador. Dentro dele, há circuitos repletos de “zeros” e “uns”, os bits, e o conjunto deles formam um código que possui um significado, o byte. A coisa funciona mais ou menos assim: imagine que um bit é uma lâmpada. Se ela está acesa, seu valor é 1; se está apagada, é 0. No chip de um circuito, há milhões e milhões de pequeníssimas áreas que podem ser sensibilizadas eletronicamente. Se estiver, o processador entenderá que ali temos o número 1. Do contrário, temos um zero. Esse é o tal do bit (binary digit), a menor unidade de informação possível. Isoladamente, isto não quer dizer muita coisa, mas se agruparmos uma cadeia de bits podemos codificar qualquer informação que precisemos processar ou armazenar. Em um sistema de 8 bits, o computador faz a leitura de oito informações para formalizar o seu significado*.  Assim, se existir uma sequência formada por 01000001, entender-se-á que a informação é uma letra “A”, se for 11011000 é um símbolo de vazio (Ø) ou 10101001 é um símbolo de copyright (©). Como são possíveis dois estados em oito posições, o que eram meros 0’s e 1’s transformam-se em 256 possibilidades, o que é muito mais do que o alfabeto e os algarismos juntos.

Temos aqui então duas coisas. Desde os gabaritos de Jacquard, desenvolvem-se sequências lógicas para a descrição das tarefas, que são algoritmos; e estes são expressos por uma estrutura binária, algo como dicotomias passa-não-passa, aceso-apagado, presente-ausente, aberto-fechado, com a combinação desses estados formando uma representação. Pois filósofos da mente, apoiados por descobertas da neurologia, têm entendido que os processos mentais e o funcionamento computacional são bastante correlatos. Elementos naturais, sociais e culturais moldariam o algoritmo mental, de forma que já existiria uma lógica preestabelecida, e os neurônios plasmariam o binarismo, na base do excitado-não-excitado, agrupando-se para formar significado (de forma bem simplificada).

E aí vem a reflexão. Se encontramos uma maneira de reproduzir o método de funcionamento mental, é possível aperfeiçoá-lo ao ponto de considerá-lo inteligente, ou seja, até o momento em que ganhe autonomia. É a tal da inteligência artificial. Tem gente que considera que os tais bots já possam ser considerados como IA, mas, para mim, isso é otimismo demais. O que me parece inevitável é que se chegue efetivamente a um nível de sofisticação em que máquinas consigam tomar decisões por si só. E, uma vez atingido esse ponto, a barra só tende a subir, até chegar ao lugar de viragem que mete medo em tanta gente: a singularidade.

Singularidade é um termo utilizado em muitas áreas, como Astronomia e Matemática, e geralmente diz respeito a fenômenos particulares, que não são muito bem definidos e previsíveis através de fórmulas. Um deles refere-se a buracos negros (leia aqui para saber mais sobre a vida das estrelas). O colapso gravitacional a que são submetidas as maiores estrelas leva a um ponto de densidade infinita, o que impossibilita qualquer cálculo, e, consequentemente, qualquer previsão do que acontece no interior desses misteriosos ralos cósmicos. É impossível delimitar quais as leis físicas continuam válidas dentro de um destes, justamente por conta desta singularidade. Outro exemplo é a divisão por zero. Qualquer número, por maior ou menor que seja, pode ser o denominador de uma fração, com exceção do zero**, por se tratar de um absurdo matemático. Portanto, em uma fração do tipo x/y, o denominador y pode assumir qualquer valor, com exceção do zero. Na representação gráfica de uma equação que envolva a passagem por uma operação como essa, a divisão por zero representa uma quebra, algo inexprimível por aquela equação, e isto é um ponto de singularidade. Veja como o gráfico da função f(x) = 1/x é descontínuo:



(fonte: http://www2.mat.ufrgs.br/edumatec/cursos/trab2/inversa.htm)

Podemos notar, portanto, que a singularidade representa uma quebra de paradigmas. No caso da tecnologia, um antigo vaticínio proposto por Gordon Moore diz que, a cada um ano e meio, os processadores dobrarão sua capacidade de trabalho. Essa previsão, apesar de ser preponderantemente intuitiva, tem se mostrado próxima da realidade, e chegará um momento em que a curva da hipérbole que esse crescimento representa se tornará tão vertical que não será mais distinguível das próximas evoluções possíveis. Alguns pensadores entendem que esse ponto de inflexão coincidirá com o momento em que a capacidade de processamento de um computador superará a do cérebro humano, com consequências imprevisíveis.

Isso tudo me faz parar para pensar. Dá para entender como o momento em que nós, humanos, perderemos o nosso trono e ganharemos a quarta ferida narcísica***?

Há muito para especular, e pouco para ter certeza. Com relação à duplicação da capacidade de processamento a cada ano e meio, é preciso ter em mente que a profecia dá certo não por conta de um vislumbre transcendental de Moore, mas porque as indústrias de processadores colocaram historicamente este número como meta de produção. E, sim, têm conseguido cumprir os cronogramas. Só que, a persistir o modelo de arquitetura vigente, haverá um limite nesta hipérbole, que diz respeito aos materiais utilizados. Tudo o que vou falar a partir de agora é grosso modo.

É preciso compreender que a melhoria dos desempenhos dos processadores se dá na medida do aumento da frequência que os pulsos elétricos passam pelos circuitos e na diminuição do tamanho da área que consegue reter uma informação. No limite do limite, esse tamanho será de um átomo, irredutível daí para frente, e só uma nova revolução tecnológica imprevisível poderá fazer a progressão continuar. Já há a ideia da computação quântica, o que exponencializaria as possibilidades, mas ela ainda está na prancheta, à espera de viabilização.

No entanto, quando a singularidade chegar, não espero que tenhamos computadores com consciência, e que possam se revoltar contra os humanos. Talvez façamos um pouco de confusão entre inteligência e sabedoria. O inteligente não é necessariamente sábio, porque este consegue intuitivamente colocar o conhecimento que possui no lugar certo e na hora certa. Se pensarmos em um robô decidindo o que fazer na iminência de um acidente, ele adotará os princípios morais que nós imputarmos a ele, e não o contrário, como faz o célebre autômato HAL 9000, do filme 2001, uma Odisseia no Espaço. Também não me parece tão plausível, ao menos para os próximos tempos, que a integração entre máquinas e humanos carreguem efeitos maléficos, muito pelo contrário. Quando vemos o ambiente sombrio retratado no anime Ghost in the Shell, por exemplo, podemos supor que o limite entre o que é humano e o que é fruto da evolução da informática ficará cada vez mais enevoado. De fato, como diz a heroína da obra, Major Motoko, conforme a epígrafe deste texto, há uma expectativa de dissolução entre as fronteiras dos pensamentos humanos e artificiais. A resposta não é simples, mas parte do princípio de que todos estes questionamentos se originam em paradigmas da espécie bípede implume. Por enquanto, somos nós que estamos fazendo as perguntas e imputando os valores que servirão de fundamentos para as respostas. Se uma máquina quebrar a barreira, não da inteligência, mas da consciência ou da sabedoria, aí sim veremos um mundo diferente se descortinar. Por ora, não faz sentido queimar a mufla com isso. Já nos basta o sol de verão em Serra Negra.

Recomendações de filme:

Ghost in the Shell é um anime oriundo de um mangá de mesmo nome, que estou caçando entre meus amigos nerds para ler e comparar. A animação é uma distopia fenomenal, cujo foco está mais nos conflitos existenciais da protagonista, cuja única reminiscência humana é uma parte de seu cérebro, do que propriamente nas cenas de perseguição e combate, ótimas também. Em 2017, foi lançada uma versão cinematográfica, mas não estou tão animado em assistir, não.

OSHII, Mamoru. Ghost In The Shell. O Fantasma do Futuro. Filme. Cor. Japão: Flashstar, 1995. 83 min.

Stanley Kubrick é um gênio eclético, que sabe desenvolver boas histórias diante de suas câmeras, com resultados inesperados. Para fãs de ficção científica que gostam de raios e porradas alienígenas, no entanto, haverá decepção. O filme é pura Filosofia.

KUBRICK, Stanley. 2001: Uma Odisseia no Espaço. Filme. Cor. EUA: Warner Bros., 1968. 141 min.

* Esse significado em geral segue uma convenção traduzida na tabela ASCII (American Standard Code for Information Interchange), que serve para que os sistemas computacionais se compreendam mutuamente.

** Uma maneira interessante de demonstrar a impossibilidade de se dividir por zero é tentar fazer sua suposta prova real. Por exemplo: se queremos demonstrar que 6:3=2, basta que multipliquemos 2x3=6. Isso não dá certo com o zero. Digamos que 2:0=X. Deveríamos supor que 0.X=2, mas isso não é verdade, porque qualquer número multiplicado por zero é igual a zero.

*** As feridas narcísicas são metáforas que Freud usou para representar “tombos” que a humanidade tomou em sua crença na posição de criatura especial, favorecida pelas divindades. A primeira é a descoberta de Copérnico de que a Terra não está no centro do universo. A segunda, a teoria da Evolução de Darwin, demonstrando que o homem descende de um ancestral comum com os demais macacos, e estes, com os demais mamíferos e assim sucessivamente. A terceira é do próprio Freud, que sustenta ser a consciência uma pequena parte do equipamento mental, no mais dominada por um instinto que o iguala a qualquer outro animal.

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