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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O cesto da gávea de onde observo o mundo - 7ª mirada (2ª parte): São Luiz do Paraitinga - A Cultura e a dúvida: Como viver sentindo a passagem do tempo?

Olá!


O que faz uma cidade ser única? Em São Paulo, por exemplo, a oferta gastronômica e as alternativas acadêmicas, terra de trabalho e correria. Em Santos, as praias. No Circuito das Águas, ora, as águas. Em Ibitinga, os bordados; e assim sucessivamente. São Luiz do Paraitinga tem sua identidade marcada pela inesgotável festividade de seus habitantes.




São Luiz do Paraitinga tem na sua matriz cultural a sua principal característica. Não há praticamente nenhum mês no seu calendário cultural que não abranja algum tipo de festividade, e as marcas dessa febre estão espalhadas por todo o espaço público. A cidade inteira parece um grande trabalho de tear, com urdidura e trama coloridas, começando pelas casinhas que cortam toda a zona urbana.



Outro exemplo é esta escadaria, que é mais um desafio ao término de uma íngreme ladeira, que lhe dá aspecto de uma colcha de retalhos, tão típica da região toda.



Ao chegar mais próximo, um grafite dá mais uma dimensão ao colorido: a teatralidade.



Das incontáveis ladeiras, há muitas referências a um passado que nem é tão remoto assim. Exemplos são os painéis de azulejos do Largo do Teatro (do qual falarei já, já) e da Ladeira das Mercês, que desemboca na capela de mesmo nome. A ladeira retratada, que é o acesso à igreja do Rosário, é praticamente igual ainda hoje.



Festa, música e comida tem uma porosidade entre si. Como tal, é muito difícil de se pensar em uma sem as outras (vide este texto). Por isso mesmo, Paraitinga tem uma curiosidade: não há um, mas DOIS coretos na cidade de 12000 habitantes, sendo um na praça da matriz e outra no calçadão contíguo.



As atividades econômicas da região, além da típica agropecuária, tem muito a ver com o dia-a-dia das próprias pessoas. Nada de grandes indústrias. Há destilarias, como a Mato Dentro, que produz uma cachaça forte, forte, forte de marré, marré, marré, e que ostenta uma série de premiações, situada no interior de uma fazendinha.



Já na praça da matriz, o reforço da vocação etílica, representada por uma adega simbolizada pelo retrato do Pimba, que, curiosamente, é a cara do meu sogrão quando jovem. Atendidos pelo Amauri, ficamos sabendo que o Pimba em questão não é o dono do alambique, mas seu pai (se bem me lembro). A fábrica fica perto, no município de Taubaté. Há cachaça para todos os gostos – branquinha, amarelinha, no carvalho, na umburana, no amendoim, na canela, com frutas e etc.



Há também uma pequena fábrica de farinha de milho, daquelas grossas, que fica no mesmo conjunto do hotel onde ficamos hospedados. A visita à produção é franqueada, de modo que se possa desvendar o mistério dos flocos. Uma moenda tritura o milho, que é filtrado por um túnel poroso. Este fubá é levado a uma chapa circular quentíssima, onde é floculada e ensacada. Bom para saber.



Agora, a comida... Tudo o que é servido aqui é abundante. É preciso certa parcimônia nos pedidos, porque há necessidade de valentia para encarar os “fogados” e costelinhas com quirera, dentro outros. Este abaixo é um dos pratinhos servidos no Barão:



Desculpem-me, mas aqui vou fazer propaganda franca e aberta, e juro que sem remuneração. Um dos melhores lugares que passei em SLP foi um barzinho chamado “Mai será o Binidito?”, colado ao rio Paraitinga e ao Mercado Municipal. Este é o seu distintivo:



É um lugar que junta uma pegada cinematográfica (as paredes são forradas com referências aos filmes rodados na cidade) com produção literária local – e que se pode confortavelmente ler em uma poltrona centenária – e com comida de comer rezando. Aqui, tivemos a felicidade de pegar, de graça, uma jam-session do músico Moreno Overá com um rapaz recém-formado na Europa, de nome Guilherme.



Aqui, a criatividade e a tradição são reunidas no bolinho de arroz com “fogado” (com cachacinha amarelada)...



... e nas diferentes opções de pastel de angu, preparados com requeijão de prato, carne seca, carne moída. A Dani, a Thais e o Pipoca escavam, não sei de onde, cervejas artesanais surpreendentes, como a já recomendada Biéres de la Madona, as cervejas do Gordo e a Lilith. Estão nas vésperas de produzir sua própria cerveja, o que aguardamos com certa apreensão.



Vamos partir para os principais eventos da cidade, aqueles que a deixaram famosa. Há, evidentemente, a festa junina e algumas festividades que homenageiam os cidadãos famosos, além da festa do Saci, uma espécie de alternativa ao Halloween, mas as que “pegam” mesmo são o Divino e o Carnaval. Vamos dissecá-los um pouco.

A festa do Divino Espírito Santo é oriunda da rememoração do dia de Pentecostes, solenidade católica em que se evoca a vinda do Espírito Santo, da mesma maneira em que é relatado pelo livro dos Atos dos Apóstolos: em uma noite cinquenta dias após a Páscoa, um forte ruído assombra os discípulos de Jesus. Era o Espírito Santo, que lhes vinha em algo semelhante a uma pomba. Por esse motivo, o pássaro cosmopolita é a sua representação mais comum.



A comemoração litúrgica é uma missa quase igual a todas as outras, o que fez com que a festa do Divino praticamente se extinguisse dos grandes centros urbanos. Mas a cultura popular a transforma em uma festividade gigante, especialmente no banquete coletivo. Em SLP, o prato principal é o mesmíssimo “fogado” mencionado anteriormente – carne de segunda que passa a madrugada inteira sendo cozida com temperos e legumes, para estar desfiando no momento do consumo. Além disso, há várias procissões que começam longe, e que vão se aproximando e agregando gente por onde passa. Como em todas as outras cidades da região, aqui também a bandeira do Divino é ponto central da festa, sendo instalada em altos mastros, como esse que se encontrava deitado por ocasião de nossa visita.



Testemunha de toda essa movimentação é Neca Junqueira, artesã da lojinha Tatu Him, que nos contou histórias e mais histórias de inundações e celebrações. Sua loja/casa é a do meio, verdinha. Fica quase que nas escadarias da igreja do Rosário.



Quando visitamos sua loja, havia um pequeno aglomerado de crianças nas tais escadarias. Aos poucos, foram chegando alguns jovens, trazendo uns instrumentos musicais. Todos eles saíam de uma casa situada no chamado Largo do Teatro, que citei agora pouco.



Desta mesma casa, emergem dois bonecões. Um senhor de barba e cartola e uma mulher com cabelos amarelados, ambos vestidos de retalhos de chita. Trata-se da representação de Juca Teles e Nhá Fabiana, representação máxima do Carnaval de marchinhas, o segundo evento ao qual gostaria de me referir.



A Neca nos contou o que estava havendo. Eram as crianças e seus instrutores que, ainda em setembro, já se preparavam para a chegada do reinado de Momo, ensaiando o seu desfile. Diferentemente de outras localidades, aqui não é o samba o fundo musical do Carnaval, mas as assim chamadas marchinhas. E os bonecões são uma espécie de abre-alas dos blocos que tomam as ruas da cidade.



Por esse motivo, os bonecões estão espalhados pela cidade inteira, seja nas ruas...



... seja nos prédios públicos, como o Instituto Elpídio dos Santos...



... seja até mesmo no interior dos comércios.



Mas, como já citei no primeiro texto sobre essa cidade, o Carnaval já foi mal visto por aqui. Rapidamente revisando: o italiano Monsenhor Ignacio Gioia foi nomeado pároco local no início do século XX. Impressionado com a importância dada à festa carnavalesca, onde, segundo se dizia, as moças vinham tomar as cinzas no início da quaresma ainda com os corpos repletos de confetes, baixou proibição a todo cristão da cidade de tomar parte desta perdição, no seu dizer. Dizia coisas como o surgimento de rabos e chifres naqueles que desobedecessem, bem como profetizou a inundação da cidade até os tetos da igreja, caso a sem-vergonhice prosseguisse. Há quem diga que sim, há quem diga que não, mas o fato é que enchentes nunca foram propriamente novidades por aqui.

O padre se foi, mas a imprecação permaneceu ecoando. O caso meio que ficou no plano do folclore, até que uma reportagem da rede globo, no começo da década de 80, foi “cavucar” as memórias das pessoas. O resultado da matéria, exibido em rede nacional, foi tomado como ofensivo pelos luizenses, dado o seu tom jocoso, tipo como se os habitantes ainda tivessem medo de se nascerem chifres em suas cabeças e rabos em seus traseiros. Esse foi o estopim para que o Carnaval de marchinhas voltasse a eclodir, com toda a sua força. Ano após ano, mais e mais blocos iriam se constituindo: Barbosa, Casarão, Lençol, Lobisomem, Bebebum, e muitos outros. O mais famoso deles: Juca Teles.



É uma referência ao agitador cultural Benedito de Souza Pinto, que era famoso até a década de 60 por conta de suas manifestações populares, como a Malhação de Judas. Ele adotou o pseudônimo exatamente por conta da transgressão à “moral e bons costumes”, ainda mais pelo fato de ser funcionário do judiciário. Mas ele carregava consigo a alma festeira adormecida naquelas pessoas, e a recriação do Carnaval luizense foi resgatar esta figura que levou praticamente sozinho o que restava dos velhos tempos.



Em todos os estandartes dos blocos, além dos dísticos habituais, como as máscaras teatrais e o megafone de lata, há uma intrigante pergunta: “Como viver sentindo a passagem do tempo?”. Muito interessante ver um questionamento tão profundo em algo voltado à frivolidade, o que é prova de preconceito meu.

Há dificuldade até mesmo em interpretar certeiramente o verdadeiro sentido da pergunta. Será que tem o âmbito de manifestar uma vontade (algo como: “Quero sentir a passagem do tempo. Como fazê-lo?”) ou uma angústia (“Como conseguir viver mesmo sentindo a passagem do tempo”)? Isso porque o tempo é um tema complexo demais, e vou tentar responder ao desafio jucateliano ao meu modo.

Bem, a primeira coisa necessária é tentar entender o que é o tempo, e já aqui a barca naufraga. Muita gente boa tentou fazê-lo, inclusive da maneira que expus neste espaço, aqui e aqui. Em resumo: Santo Agostinho dá uma resposta universal. Se ninguém me perguntar o que é o tempo, eu sei o que é; se alguém perguntar, eu já não sei. Ou seja, o tempo é inefável; foge da razão e está no campo subjetivo da intuição. Cada um tem sua própria percepção de tempo, como bem disse Bergson. Leiam os dois posts que indiquei. São breves e deixam as coisas bem claras.

Mas não precisamos nos reter apenas a estes dois pensamentos. Se pensarmos o tempo nos termos da Física, veremos que os estudos da relatividade de Einstein levaram à fusão dos conceitos de espaço e tempo, algo muito-muito-muito complexo, e que, aqui, abordaremos apenas o essencial necessário para desenvolvê-lo. O contínuo espaço-tempo é algo como um sistema de coordenadas quadridimensional. Neste sistema estão incluídas as facilmente perceptíveis dimensões espaciais (altura, largura e profundidade) e é adicionada a variável do tempo, um eixo através do qual as demais dimensões trafegam. Cada ponto neste sistema é um evento, ou seja, algo que ocorre em momento e local específico. Ocorre que todo esse sistema depende de um referencial para ser aplicado. Afinal, algo tem distância em relação a algo; algo tem duração em relação a algo, ok? Digamos que uma pessoa parada observa um avião. Para ela, o avião está em movimento. Para quem está dentro do avião, o referencial muda: estão parados, e quem se apresenta em movimento é a pessoa da terra firme, que se afasta rapidamente. Se observarmos tudo isso de fora do planeta, perceberemos outro fenômeno – nem um, nem outro estão parados. Ambos se movem com o giro da Terra, e esta gira em torno do Sol, que gira com o braço da galáxia, e assim por diante. A cada novo referencial, temos um novo eixo do tempo no sistema, e este contínuo é percebido de maneira diferente, por menor que seja tal diferença.

Pudemos notar que, mesmo na Física, a percepção de tempo não tem uniformidade, porque depende de referenciais. Em nossa imprecisa consciência, a questão se agrava. Perceber a passagem do tempo significa sentir seu fluxo, e isso significa perceber a movimentação entre o futuro que se espera, o passado que se rememora e o presente que acontece. Ou seja, o tempo se realiza no presente. A aporia maior está em limitar o que é este estranho personagem.

Vamos vasculhar alguns dados do pensamento histórico. Zenon de Cítio, o principal dos estoicos (vide aqui), parecia um cara brincalhão, dado a fazer joguinhos de paradoxos, como aquele em que dizia que um arqueiro, ao disparar sua flecha, jamais a veria chegar ao seu alvo. Isso porque, antes de chegar ao seu destino, a flecha precisaria percorrer metade de seu trajeto, e, antes disso, a metade da metade, e a metade da metade da metade, e così via. Como cada percurso poderia ser dividido em dois, teríamos uma divisibilidade infinita. Ou seja, o movimento nada mais seria do que uma ilusão. Coube a Marcos Cínico* resolver essa parada de um jeito muito fácil e prático, apesar de dolorido. Correndo, dá de cara com a parede, em um extremo do empirismo. Deve ter doído, mas lhe autorizou a ridicularizar a posição de Zenon, que, na real, deveria estar troçando da galera**.

Mas a divisibilidade infinita era um grande problema para que fosse possível estabelecer o que é o presente. Qual seria o seu “tamanho”? Encarando esse enigma, David Hume afirmou que a divisibilidade infinita não pode ser aplicada ao tempo. Há uma espécie de “átomo” do tempo que é o mínimo necessário para configurar um momento, um intervalo mínimo que permite a percepção da temporalidade. Enfim, a quantidade mínima necessária para que percebamos que algo ocorreu. Ora, mas não podemos ter a metade de um momento, ou até menos que isso? Sim, podemos; o diabo é que a percepção não está nas próprias coisas, mas no sujeito. O tempo não é nada sem o sujeito que o percebe. Notem então que há uma dissonância entre o tempo que acontece no cosmos e o tempo que conseguimos sentir. Notem mais ainda:  que um evento físico que ocorre no universo jamais é o mesmo que é produzido psicologicamente. Em Hume temos o belíssimo exemplo do instrumento de sopro e o instrumento de corda. Ele fala que aquilo que sentimos (e aqui insiro a sensação de temporalidade) não é como uma flauta, que cessa sua sonoridade assim que se para de soprar. Antes disso, assemelha-se a uma lira, cuja corda permanece em vibração após ser tangida, produzindo uma sensação sonora que se alonga até seu completo sumiço. O tempo cósmico, portanto, tem a exata medida de seus eventos, enquanto o tempo subjetivo, o tempo que verdadeiramente importa, este dura muito mais que o próprio evento, porque o sujeito tem algo chamado afeto***, algo próprio ao ser humano. Há uma assimetria entre o fenômeno ocorrido e as suas consequências, e o tempo dos afetos é mais duradouro do que o tempo de articulação com o mundo.

Pensemos no seguinte, para ficar mais claro. Um rapaz faz uma proposta indecorosa a uma moça qualquer. Como resposta, voa um belo tapa na sua cara, daqueles dados com as costas das mãos. O tempo físico do ato dura centésimos de segundo – o exato momento do encontro da mão da indignada moça ao rosto do indigitado canalha. Mas o tempo da dor, da decepção pelo fracasso do sacripanta, da revolta pelo acinte da menina, tudo isso dura muito mais, e causa muito mais efeitos do que o mero ato físico.

Diante disso, chego à conclusão de que o tempo, para ser sentido, nada mais é necessário do que perceber seu fluxo através daquilo que nos afeta. Cada pequeno ato que ocorre ao nosso redor é mais um ponto que se fixa no sistema de coordenadas de nossa vida, e que se transforma em referenciais. Por cada um deles mediremos memórias do passado e expectativas do futuro.

Eterno fluxo... Heráclito, o mestre do devir! Nunca tomamos banho no mesmo rio (mesmo – ou principalmente – que seja o Paraitinga). Nós não seremos mais os mesmos, nem o rio será o mesmo, ainda que daqui a um minuto, ou um momento indivisível. O tempo nada mais é do que a sucessão de nossas mudanças, o nosso próprio fluxo ininterrupto.

O tempo é indissociável da filosofia de Heráclito. Enquanto os demais pré-socráticos discutiam qual seria o elemento primordial que comporia os seres (vide), Heráclito institui a doutrina do panta rhei. Tudo flui, o próprio fluxo é o Ser, porque nada persiste em si mesmo imutável, no polo oposto do que Parmênides pensava. Ele usa a imagem do banho no rio para dar o exemplo mais clássico do fluxo eterno, mas é no fogo que ele vê em sua frente o grande elemento de transformação, e o adota como arché, talvez mais simbolicamente do que como elemento concreto.

E por mais que Parmênides possa estar correto em afirmar que há uma essência nos seres que os fazem ser imutáveis, o fato é que isso nos foge aos sentidos. O mundo sensível, aquele que nos afeta, é um continuum em que se entrelaçam o tempo instantâneo dos acontecimentos com o fluxo ininterrupto com o qual somos afetados pelos mesmos. Essa é, para mim, a mais bela maneira de sentir a passagem do tempo.

Recomendações de leitura:

Hume não é propriamente um filósofo fácil, nem de ler, nem de engolir. Isso porque seu ceticismo é praticamente absoluto, o que beira a uma completa ausência de confiança em qualquer coisa que seja. Mas ele, na verdade, é muito sagaz. Vale a leitura.

HUME, David. Investigação sobre o Entendimento Humano. São Paulo: Unesp, 1999.

O livro abaixo é um guia completo sobre o desenvolvimento do Carnaval luizense. Imperdível, apesar de, lamentavelmente, não ter sido editado por nenhuma editora de renome.

SILVA, Degiovani Lopes; VIEIRA, Maria Alice F. do Amaral. São Luiz do Paraitinga sem Rabo e sem Chifre. A Evolução do Carnaval das Marchinhas na Terra de Juca Teles do Sertão das Cotias. São Paulo: Edição do Autor, 2012.

* A escola cínica não tem nada a ver com o cinismo da maneira que utilizamos hoje. Os cínicos filosofavam por uma vida simples, como a de um cão (kynos – cão em grego), onde apenas as necessidades mais essenciais deveriam ser satisfeitas. Certamente terei boas oportunidades de falar melhor sobre eles.

** E estava mesmo: Zenon apenas demonstrava como a matemática não consegue dar conta de toda a realidade.

*** Lembrando que afeto, em Filosofia, significa não só amor que temos por outras pessoas, mas algo capaz de nos produzir qualquer mudança.

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