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sexta-feira, 8 de abril de 2016

Pequeno guia das grandes falácias - 23º tomo: o espantalho (e algumas rápidas considerações sobre o momento político)

Olá!


(Introdução importante: vou fazer todo este texto fundamentado em histórias religiosas, mas não será um texto sobre Religião. Portanto, nada de brigas. Não estou tomando a defesa de nada nem de ninguém, apenas estou utilizando um exemplo bem conhecido e me divertindo com as peripécias que a linguagem proporciona). Isso posto...

No momento em que começo a escrever este texto, estamos em pleno Sábado de Aleluia. Como eu não sou muito regradinho, não sei quanto tempo ainda vai demorar para publicá-lo, mas, no final das contas, isso não importa. Conto essas pequenas minúcias apenas para dizer que, pelo próprio momento litúrgico que estamos passando, acabei por me lembrar de uma tradição que vem aos poucos se extinguindo de nossa metrópole da garoa, como tantas outras de base religiosa. Vamos a ela.

Espantalhos estão à direita e à esquerda, seja qual for a cor de sua camisa

Na sexta-feira anterior à Páscoa, o povo católico rememora a crucificação de Jesus, seu principal profeta e divindade. O clima é todo de enterro – roupas roxas, silêncio e contrição, não há missa, os santos são cobertos nas igrejas, há procissões com velas e cantos tristes, faz-se jejum e abstinência de carne, além de ser de bom tom manter a sobriedade e recolhimento por todo o dia.

Essa regra é seguida até o meio-dia do sábado seguinte, quando começa a preparação para a Páscoa, que no ritual cristão representa a ressurreição de Jesus. Esse é o momento em que a contrição se encerra e se liberam as restrições da sexta-feira da Paixão. Também é o momento em que a chapa vai ferver para um personagem específico da trama que levou Jesus ao calvário.

Como a história é prá lá de conhecida, serei resumidíssimo. Jesus estava de cabeça pedida há algum tempo, mais por causa de suas prédicas sociais e por suas acusações contra os dirigentes do que por sua doutrina (que, de resto, tinha um substrato pacifista). Ele pregava abertamente nas praças e nos montes, mas precisou manter a discrição quando chegou a Jerusalém, a maior cidade da Palestina na época, e onde ficava sediado o Sinédrio, uma espécie de conselho dos sacerdotes judeus. Acontece que os membros deste órgão estavam em sua captura, e, para conhecer seu paradeiro, subornaram um dos seus homens mais próximos, o apóstolo chamado Judas Iscariotes, membro da comunidade dos zelotes, loucos para se verem livres dos romanos que dominavam a região, mesmo que na base da porrada. Ato contínuo, temos a conhecidíssima condenação e crucificação.

Pode ser que Judas achasse que Jesus reagiria contra uma tentativa de aprisionamento, pode ser que fosse um venal como nossos políticos em geral, pode ser que não acreditasse que os romanos fossem dar ouvidos aos judeus. O fato é que Judas se arrependeu de sua denúncia, devolveu o dinheiro e foi se suicidar por enforcamento. E, querendo ele ou não, foi um dos culpados pela morte de Jesus.

Ok. O povo não é muito dado a ser paciente e nem autocrítico. Parece se esquecer de que a morte de Jesus teve amplo apoio popular, e que Judas foi apenas um dos componentes necessários para o desfecho ocorrido. Pilatos, Anás, Caifás... todos esses tiveram, por ódio ou covardia, participações tão relevantes quanto a de Judas, mas o fato é que sobrou para ele o bagaço da laranja, até os dias de hoje, como veremos a partir de agora.

Durante o período penitencial que mencionei, ainda na sexta-feira Santa, o povo pendura uns bonecos construídos nos postes, onde ficavam enforcados durante toda a madrugada. Ao chegar o meio-dia do sábado, é lido o seu testamento, e o “algoz” principal dá a ordem para o massacre, sendo destruídos a paus e pedras, com a galera berrando impropérios dignos de torcedores da Portuguesa, e terminando com o incêndio de seus “restos mortais”. Muitas vezes, os bonecos são caracterizados como os políticos da moda, para ajudar a distribuir a raiva acumulada pelos insucessos da vida. Esses bonecos são chamados de Judas, e a farra é a Malhação, e é uma celebração indireta, no sentido de que é dependente da religião, seguindo certas regras como o dia e o horário, e tendo uma forma “ritual”, mas que não está prescrita nos livros oficiais.

Contraditoriamente, é uma celebração tão popular quanto um terço, mas que não goza da mesma condescendência por parte da Igreja, dada a sua violência. A mais tradicional malhação de Judas da cidade de São Paulo acontecia na Rua dos Lavapés, pertinho de casa. É uma rua que liga o largo do Cambuci ao Glicério, passando pela estação elétrica da Várzea do Carmo. Não somente um, mas vários Judas eram amarrados aos postes. O problema específico da malhação da Lavapés é que a violência aplicada contra os bonecos acabava se estendendo para os estabelecimentos da rua e, pior ainda, para as pessoas aglomeradas em grupos rivais, o que redundava em uma batalha campal. Por isso, o evento diminuiu de impacto e, a bem da verdade, nem sei se é feito ainda. Creio que sim.

Há uma raiz mais profunda desta tradição, ou um antecedente ainda mais antigo, onde encontramos o bode expiatório. De tempos em tempos, os judeus selecionavam um bode para receber toda sorte de imprecações e vilipêndios. O pessoal vomitava todos os seus ódios e pecados em cima do pobre caprino, que não sabia de nada, mas que estava carregando a culpa de todos aqueles que se lhe dirigiam. Desta forma, as pessoas sentiam-se limpas, transferindo seus sacos de maldades nos frágeis ombros do pobre bichinho. Para arrematar, o bode era jogado no deserto, para morrer junto com os pecados expiados, levando sozinho a culpa de todo mundo.

O bode expiatório foi transferido para Judas. Não no sentido de carregar consigo os pecados de todo o povo, mas por ter que segurar a barra sozinho por culpas que não são suas, ao menos totalmente. Judas, pelo relato bíblico, foi efetivamente alguém relevante no desfecho da crucificação, mas é muito fácil atribuir a ele toda a culpa. Se não existisse quem se sentisse ameaçado ou incomodado pelas pregações de Jesus, certamente Judas não teria o que denunciar. E, se não fosse ele, seria outro; sempre tivemos traíras e alcaguetes no mundo. Mas é preciso haver um culpado. É muito mais tranquilo eleger um culpado do que reconhecer nossos próprios erros sociais.

Tecnicamente, Judas (o boneco) é um espantalho: três ou quatro peças de roupa costuradas entre si e recheadas com palha ou serragem. Uma meia de mulher recheada serve de cabeça, que, havendo disponibilidade, é coberta por um chapéu, geralmente de palha. Mas o termo “espantalho”, comum em língua portuguesa, é um pouquinho impróprio, porque pode causar alguma confusão, como pude observar nas minhas pesquisas. É porque um espantalho não tem exatamente o mesmo uso de um boneco de palha. O primeiro serve ser colocado em plantações, com alguns panos soltos fazendo as vezes de membros. O vento movimenta estes pseudomembros e faz o simulacro de um ser humano que espanta os pássaros da plantação (em espanhol, se chamam espanta pajaros; na Itália, spaventapasseri). Já no segundo caso, o termo indica os bonecos de palha que eram utilizados para serem surrados em treinos de batalhas, como era o caso das justas, aqueles torneios medievais em que dois guerreiros se contrapunham com lanças a cavalo, correndo em direções opostas. O termo inglês é straw man, o italiano é uomo di paglia, e, se usássemos a expressão “homem de palha”, provavelmente seriam gerados menos problemas. Espantalho, portanto, serviria para afastar; homem de palha, para ser surrado. Mas tudo bem. É apenas uma questão semântica.

Pois muito bem. O boneco de Judas é uma deturpação do próprio Judas. O Judas em pessoa tentaria de defender – correndo, escondendo-se, justificando-se, pegando um pedaço de pau, oferecendo suborno – mas o espantalho não tem como fazê-lo, é muito mais fácil de golpeá-lo. O espantalho é mais frágil. E comete-se a falácia do espantalho todas as vezes em que um argumento é deturpado para que se possa refutá-lo com maior facilidade, ou seja, a técnica consiste em distorcer um argumento, tornando-o menos sólido e mais facilmente atacável. É uma falácia informal de dispersão, mas não de relevância, como comumente costuma “fazer parzinho”. É de dispersão porque busca desviar o foco do argumento, como ocorre com os apelos, mas, ao contrário destes, o novo argumento se mantém relevante, mas de maneira torta, simplificada, reduzida ou descontextualizada.

Mas quais são os métodos para distorcer um argumento? Basicamente, são quatro as maneiras para fragilizá-lo:
  1. Tornando extremo o argumento
  2. Citando o argumento fora de contexto
  3. Simplificando excessivamente o argumento
  4. Indicando uma pessoal favorável ao argumento cujo comportamento possa ser objeto de críticas.
Como mencionei Judas no início, vou aproveitá-lo para oferecer exemplos (atenção: APENAS exemplos). Vamos lá.

Argumento 1: É preciso muito cuidado para afirmar a importância da traição de Judas no desenlace da crucificação. São muitos fatores a serem considerados nesta situação complexa, que levou três anos para chegar ao seu desfecho.
Espantalho 1: É uma afirmação absurda. A traição de Judas é o modelo perfeito no qual todas as traições do mundo estão espelhadas, a qualquer tempo.

Afirmar que o ato de traição de Judas é o modelo perfeito no qual se baseiam todos os demais atos de traição de todos os lugares e de todos os tempos é tornar o argumento absolutamente extremo.

A traição sempre aconteceu, a.C. e d.C., independentemente de Judas. E mais: pela lógica descrita nos Evangelhos, Jesus ia para a cruz de qualquer jeito, seja por Judas, por Pedro, por João, por Madalena ou por Josenilton. Mais um pouco: a história toda não especifica bem as motivações de Judas. Talvez suas intenções nem fossem tão ruins – talvez ele achasse que, na hora do aperto, Jesus deixaria de lado aquela conversa de amar os inimigos e fizesse vir fogo do céu. Talvez ele tenha querido ser fiel ao seu próprio ideal, sem deixar de confiar no poder do seu mestre. Talvez.

Argumento 2: Judas foi um instrumento de um sistema que conduziu Jesus à morte.
Espantalho 2: Pelo contrário. Judas é o único responsável direto pela morte de Jesus.

Dizer que Judas é o responsável direto pela morte de Jesus é uma simplificação extrema. Há n responsáveis por esta morte, desde uma estrutura de poder que inclui o imperialismo dos romanos, a instabilidade política dos hebreus, a intolerância religiosa dos judeus daquele tempo, os métodos cruentos de penalizações, passando daí para indivíduos, como os precitados Pilatos, Anás, Caifás, e mais Herodes, outros sacerdotes não citados, os soldados que o açoitaram, os soldados que o pregaram na cruz (na exacerbação do espantalho, os mais diretos de todos) e, pasmem, Judas. E pasmem mais ainda: o próprio Jesus é responsável pela própria morte. Afinal de contas, seus discípulos ensaiaram uma resistência no ato de sua captura, devidamente interrompida. O argumento como posto é reducionista demais.

Argumento 3: Seria importante fazer uma revisão da conduta de Judas. Não sabemos exatamente suas motivações e o quanto seu equilíbrio estava preservado. Quem sabe não temos diante de nós um ato de loucura?
Espantalho 3: Não pode ser. Afirmar isso é o mesmo que dizer que todos os loucos são indignos de confiança. Essa afirmação parece querer colocar todos os loucos na condição de maus.

Alguém poderia arguir que a visão sobre Judas deveria ser revista, pois, além de ser um típico cidadão do seu tempo, não há condições de afirmar se ele não se encontrava pressionado por outros motivos que não fosse uma suposta vontade de trair, até mesmo um desequilíbrio psicológico. O que temos de concreto é o indicativo de seu arrependimento. Se o interlocutor retrucasse afirmando que tal atitude seria absurda porque, neste caso, todas as pessoas com algum tipo de sofrimento psíquico estariam propensas a não ser confiáveis, teríamos que, além de ser um belo princípio para um declive escorregadio, tal argumento é desencaixado do contexto central. Não se quis dizer que pessoas desequilibradas são traidoras, mas é certo que um tormento psíquico pode acarretar atitudes impensadas. As motivações de Judas são de Judas, não são do restante da humanidade. Não se está afirmando que todo e qualquer desequilíbrio é indutor de mau-caratismo, mas que, NO CASO DE JUDAS, não há clareza nos motivos para cometimento do seu ato.

Argumento 4: Os zelotes eram parte legítima para reivindicar a saída dos romanos da Palestina.
Espantalho 4: De jeito nenhum. Judas, o pior de todos os homens, era um zelote.

Se afirmarmos que os zelotes eram parte legítima para reivindicar a liberdade do povo hebreu, alguém poderá dizer que Judas era um zelote, portanto não são dignos de confiança. Além de configurar em um erro da má companhia (falácia da qual falarei futuramente), o espantalho está montado no sentido de que, ao associar os zelotes a Judas, reconhecido como mau e traidor, todo o movimento se torna ilegítimo.

Os zelotes eram uma facção entre outras, com a diferença que eles estavam propostos a pegar em armas, como vimos em tantos eventos da História (Revolução Francesa, Independência dos EUA, Revolução Russa, tem para todos os gostos). Outros grupos lidavam diferentemente com a situação: os saduceus preferiam se aliar aos romanos, sob a garantia de que não perderiam suas posses; os fariseus eram contrários à presença romana, mas faziam uma resistência do tipo passivo, mantendo uma postura ideológica de submissão inconformada; os essênios preferiam pular fora do centro nervoso dos conflitos, refugiando-se no deserto e levando vida eremítica. Os zelotes se propunham a ir para o pau, mesmo sabendo que suas chances de sucesso eram exíguas. Eram violentos e agiam em emboscadas, é verdade. Mas o argumento utilizado acima forma um belo espantalho, porque, ao apontar os defeitos de Judas, julga-se uma corrente inteira.

É isso aí. Se alguém lhe disser: “Ah, tá... Quer dizer então que blá, blá, blá...”, segura, que lá vem a falácia do espantalho. Um debate em voga é a corrupção. Se digo que ela é endêmica no país, que praticamos pequenas corrupções com frequência indetectável (falei há tempos sobre isso), alguém responderá, idiotamente: “Ah, tá... Quer dizer que quem rouba o pão tem que ter a mesma pena do milhão”. Sacaram?

De toda a forma, não há nenhuma sombra de dúvida que o espantalho tem seu maior uso no debate político. A mecânica do jogo político trabalha com o desmerecimento dos feitos e propostas alheios, e, para tanto, falácias depreciativas, como o ataque pessoal e o poço envenenado, assim como as distorções do espantalho são muito boas. É bem verdade que nossos caros representantes costumam colaborar com seus detratores, mas isso não autoriza ninguém a corromper a lógica para se arrogar como dono da verdade.

Espantalho não falacioso? Bom, como há uma intenção em distorcer, geralmente não podemos achar espantalhos que carreguem um erro em si. Mas nem todos são mentirosos. A sua intenção é distorcer, e, para isso, não precisamos obrigatoriamente da falsidade, mas do exagero, da redução e assim por diante.

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E já que toquei no assunto, aqui eu gostaria de fazer um apartado para colocar algumas opiniões sobre a situação política atual. Não resta dúvida que, antes de mais nada, tenhamos uma profunda decepção com a nossa classe política. As investigações da operação Lava Jato estão elevando o nível de descontentamento a patamares impensáveis, e isso é um problemão.

Eu estou decepcionado, como tantas outras pessoas. Um dos problemas que o PT trouxe ao equiparar seu modus operandi ao dos demais partidos é a impressão de que a vala é comum. E, com isso, qualquer alternativa à esquerda no poder ficará presa à impressão geral de que o discurso social é uma mera ilusão. Será difícil que a população acolha novamente uma proposta séria à esquerda, dado o eterno espantalho que o PT se tornou.

O lado B: seria a hora de uma guinada liberal, ou até mesmo conservadora? A Lava Jato vem mostrando que não, ao menos se quisermos estabelecer algum nível de honestidade. Claro que o foco está no governo atual, mas as investigações demonstram que não há virgens nesse puteiro. Mais ainda: que nunca houve. A própria investigação tem sido colocada entre parênteses por um número cada vez maior de pessoas. Os seus heróis também vêm se pondo envolvidos em deslizes.

O caminho há de ser escolhido com cuidado. A operação Mãos Limpas, na Itália, que em muito se assemelha à nossa Lava Jato, redundou em Silvio Berlusconi. Aqui, pode descambar para um messias da vez, como Bolsonaro. Por enquanto, não me parece que a solução intervencionista esteja próxima, mas tudo tem um princípio, até mesmo porque a resposta atual parece ser a seguinte: se todo mundo é corrupto, vamos sublimar a corrupção e escolher um candidato por outras metas e propostas. Isso é ruim demais.

Apesar de me assustar com o fenômeno, minha grande preocupação não está nos ataques do tipo Corinthians X Palmeiras que estão acontecendo nas ruas e nas redes sociais. Algo muito mais do varejo me perturba, e foi sintetizado no caso da médica que resolveu não atender uma cliente pelo fato desta última ser petista, como está constando nesta reportagem. Achei que se tratava de uma bravata da médica, mas não. Sua mensagem foi no âmbito particular, via WhatsApp.

Quer saber? Eu achei a atitude da médica perfeita. Já falei um sem número de vezes neste espaço que não devemos nos meter onde não conseguimos separar nossas convicções de nossa atuação profissional ou acadêmica. Pare e pense: se você é negro, gostaria de ser atendido por um médico racista? Se você é homossexual, gostaria de por sua saúde na mão de um médico homoafetivo? Se você é mulher, confiaria em um ginecologista que não consegue segurar seus impulsos? Melhor que a médica em questão se declare impossibilitada de atender a petista. Só imagino que o mesmo não caberia em uma emergência, mas não foi o caso.

Mas, ao lado disto, há uma pergunta que não quer calar. O que leva uma pessoa, um profissional da saúde, que lida diariamente com vida e morte, que conhece as consequências do adiamento de uma consulta, a não conseguir separar sua vida profissional de suas convicções políticas, ainda mais se tratando de uma CRIANÇA, que não está envolvida pela política, a não ser pelo acidental fato de ser filha de uma militante afiliada ao partido do qual se discorda? Poderá se dizer: é um caso isolado. Espero que sim. Mas é a ponta do iceberg do momento que vivemos em nossas relações. Não políticas, nem sociais, mas humanas. Não vou discutir se o juramento de Hipócrates é um papelucho sem valor, se os códigos de ética mandam colocar certos princípios acima de outros ou não. Minha grande aflição é perceber o quanto o laço social está esgarçado em um momento no qual deveríamos todos pensar em uma solução que nos permita funcionar como país, mas este tipo de atitude demonstra que estamos caminhando no exato sentido contrário, contra o vento. Que medo que se traga a semente do autoritarismo mais uma vez para o país!

Não vou encher muito o saco de ninguém. Vou parar por aqui. E, sim, já votei no PT, como já votei no PSDB (Covas), PMDB (Fleury – sim, admito), PPS (Freire) e até no PV (Gabeira).

Recomendação de leitura:

A citação direta mais antiga a uma falácia do espantalho está em um diálogo de Sócrates, que pode ser encontrada no interessantíssimo livro abaixo:

PLATÃO. Górgias. Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.

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