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terça-feira, 29 de agosto de 2017

Impressões sobre o que move o combate à ideologia nas escolas

Olá!

Muitas e muitas vezes eu quis falar sobre determinados assuntos neste blog, mas acabei me enrolando e os tais acabaram ficando para trás. Por exemplo, bem nos primórdios, queria ter falado sobre a então novidade dos vlogueiros, que transpunham para o vídeo os relatos diários e opiniões que eram feitos por escrito nos blogs. Para quem não lembra, na origem, este modelo de site era destinado a ser um “meu querido diário” virtual, o que foi subvertido depois, para o bem da humanidade. O tempo passou, o tema não é mais novidade, existem vlogueiros aos borbotões e perdi o propósito do texto. É o que chamam de timing, o momento exato de se fazer alguma coisa. Como eu sempre procuro estabelecer um nível mínimo de detalhes e estabelecer vínculos com pensadores, sempre tenho que fazer alguma pesquisa, sob pena de produzir mera opinião, o que raras vezes desejo. E às vezes é preguiça mesmo. Se me atrapalho um pouco que seja, perco o tal do timing, o que é relativamente frequente. Por isso mesmo, ainda não tratei de certos temas, como o terrorismo, a cultura do estupro e outros mais. Paciência. Há de chegar o momento certo. E de mais a mais não é sobre tudo que tenho opinião formada e/ou aporte suficiente de conhecimento.

Mas há um assunto em voga que não posso cometer o erro de deixar passar batido. Está na pauta de várias instâncias governamentais alguns projetos que visam produzir mudanças na educação, o que seria muito bom, em tese. Como já pude explanar neste e neste texto, a questão educacional e tão relevante para que possamos sonhar com um país melhor, que condiciono meu voto para candidatos que explicitem de maneira absolutamente clara suas propostas para essa área, sem as evasivas e generalizações habituais. Mas, pelo que vi até agora, as medidas que estão sendo propostas provocam calafrios. Vou começar por um projeto que representa uma tendência, que reflete várias iniciativas que vêm se espalhando pelo país, algumas delas já consideradas inconstitucionais. Trata-se do projeto de lei do Senado 193/16, de autoria do senador Magno Malta, do PR do Espírito Santo, mais conhecido como “Escola sem partido”. Já li muito a respeito, assisti a várias reportagens e debates e conversei com colegas. Li e ouvi muita coisa interessante e muita bobagem também. Por isso, vou dizer o que penso a respeito.

Em primeiro lugar, é preciso entender que há sempre duas faces no estabelecimento de regras em geral. Mais diretamente, há primeiras e segundas intenções. Vocês que são pais, pensem no seguinte: quando vocês decretam em seu apartamento que seus filhos devem fazer silêncio, há uma intenção explícita – evitar a reclamação dos vizinhos e a multa do condomínio. Mas há também uma segunda intenção, colocada nas entrelinhas, que pode ser sua vontade de ler o jornal em paz. É isso o que precisamos tentar detectar nessa lei: tudo aquilo que está movido por intenções tácitas (ou nem tanto).

Então vamos. É preciso, antes de tudo, interpretar quais são os atores que serão afetados pela proposta e entender sua participação social. Os alunos, pelo que se dá a entender, são os principais afetados. Estão no polo mais vulnerável da relação, porque são passivos, no sentido de serem eles a receber os conhecimentos difundidos por um professor. Este sim, de acordo com o propósito da lei, é o instrumento que pode desvirtuar o caminho da educação, ao aplicar como pano de fundo de suas aulas uma ideologia qualquer. O que é mais comum de se afirmar é uma tendência de se abordar teses marxistas com mais carinho do que as demais. Além disso, há uma tal de “ideologia de gênero” desviando os princípios morais da família do educando. Ai, ai, ai...

Vejamos bem a quem é dirigida a lei. Os professores, via de regra, estão situados na metade de baixo da pirâmide social. Bons salários são pagos somente em algumas poucas universidades. Mérito de quem está lá? Sim, mas esqueçam dessa bobagem de meritocracia – não há lugar para todos os que merecem. A grande massa está mesmo na rede pública de ensino, que dá péssimas condições de trabalho, e na rede privada, que paga muito mal. Ou seja: os professores são parte do proletariado, estão nas classes menos privilegiadas da sociedade. Quanto a isso, creio que não há muita discussão.
Por mais que se queira negar, é óbvio que existe um recorte social que isola certas categorias de acordo com seu potencial econômico. Como se constata isso de forma pessoal? É simples. Basta que você tenha tido uma experiência em que tenha se sentido “do lado de fora”. Se isso nunca lhe aconteceu, das duas uma: ou você está do lado de dentro, ou você é um completo alienado. Vamos ao exemplo:

Sou filho de pai operário e mãe costureira. Morávamos na redondeza da Vila Ema e Vila Diva, bairros paulistanos tipicamente habitados por trabalhadores braçais, pequenos comerciantes e funcionários públicos miúdos. Comecei a trabalhar bem cedo, e meu primeiro emprego com carteira assinada foi em uma grande rede de magazines, onde eu era arquivista. Antes disso, só pequenos bicos em mercados e oficinas. Quando chegava o fim do ano, esta empresa distribuía aos seus parceiros cestas de natal de cair o queixo, enormes, nada semelhantes à cidra-e-panetone-e-bolacha-Maria que beeeeeem às vezes meu pai recebia (com estrépito e celebração, diga-se de passagem). Era uma grande cesta de vime contendo acepipes de nome enrolado, com garrafas nunca vistas dantes por este escriba, incluindo uísque e licor, frutas secas, tâmaras, figo-passa, panetone e chocotone (então uma novidade) de 1 Kg, uma carta toda escrita em redondilhas menores cantando as loas da parceria comercial. Em um canto discreto da cesta, o símbolo maior da opulência: caviar. Tudo bem que era em conserva, mas era caviar. Nem sei se existe caviar que não seja em conserva. Nada mal, em suma.

Bem, é evidente que nas proximidades das festas de fim de ano todo o pessoal de entregas se encontrava muito ocupado, dada as vendas avolumadas, e para destinar os pacotes de benesses era preciso recorrer a voluntários que se dispusessem a fazê-lo. De olho nas polpudas gorjetas que certamente seriam ofertadas, disponibilizei-me álacre e faceiro.

Saímos logo cedo, eu e um mal-humorado motorista, em uma Kombi locupletada por dez ou doze dessas retro mencionadas cestas da alegria. Foi-nos destinada uma área nas cercanias do Ibirapuera, que incluía endereços em Moema, Vila Nova Conceição, Indianópolis e Alto da Boa Vista, por onde principiamos o périplo. Para quem conhece São Paulo, sabe tratar-se de região abastada. Partimos; eu, servindo de entregador e navegador, guia de ruas à mão; o motorista servindo de motorista e nada mais. Casa por casa, o mesmo padrão se repetindo. Um interfone, uma identificação prévia, uma empregada para receber a caixa e se assustar com o peso e tamanho. Entrega feita, protocolo assinado e passar bem.

Zero. Esse foi o saldo da minha incursão. Nem um mísero cruzeiro, moeda da época (acho). É claro. Eu, burro, não me toquei que as entregas não seriam feitas diretamente aos seus destinatários. A empregada não ia tirar do próprio bolso uma gorjeta por um serviço que não era prestado para ela. Ao contrário do que acontecia quando eu arrumava pacotes no mercado ou fazia pequenas compras para as senhoras da minha rua, que tanto conheciam nossas dificuldades (e que eram as mesmas delas) e não deixavam de dar algum trocado, não há condolências em se repelir esse hábito tão brasileiro quando você não está cara-a-cara com o caboclo. Afinal, quem nega o estipêndio não é o recebedor do privilégio, mas o seu subalterno, alguém tão pobre quanto eu na ocasião. Nem minha cor branca, minha cara de judeuzinho e minha lábia de turquinho derrubaram o muro. Era a minha primeira experiência clara de distinção de classe.

É com base nesse tipo de ocorrência que se desenrola a vida de um professor. Na rede privada, há o clássico “é meu pai que paga seu salário”. Quer discurso de distinção mais claro do que esse? Já na rede pública, basta um professor aparecer com um poizé sendo pago em xn prestações para se ouvir: “Tá reclamando do que? Tem até carro”. Tem até carro... Como se um professor não precisasse se preparar tanto quanto um advogado, se atualizar tanto quanto um médico, ser tão responsável quanto um engenheiro. Como se o professor tivesse que se conformar com a pobreza. Como se a profissão não fosse tão digna quanto outra. O discurso da melhoria de condições do profissional de educação não só não é colocado em prática, como nem mesmo é encarado com bons olhos.

Pois bem. É exatamente para essa categoria profissional que é dirigida a Escola sem Partido. Para uma categoria que perde valor desde o tempo das reformas educacionais da ditadura militar, e que os governos posteriores têm tido dificuldade em lidar, porque os grandes talentos lhe escapam. Conheço muita gente, mas muita gente que optou por um cargo público burocrático que pague melhor, preferindo deixar o umbigo levantar a mesa de tão gordo a exercer a profissão que escolheu. Uma profissão árdua, uma das mais difíceis em se evitar a penetração na vida pessoal e no tempo livre. Um professor vê filmes para auxiliar em suas aulas, lê livros e já pensa em seus alunos, abre mão de muita coisa para reelaborar uma aula malsucedida. O professor convive diariamente com o dilema que há entre suavizar sua pauta para não ser empecilho na vida dos seus alunos ou manter o rigor de formar cidadãos bem municiados. O professor se policia e tenta se conhecer diariamente para fazer o peso e a medida corretos e justos. Precisa aprender na medida em que ensina – há professor que desanima e liga o piloto automático, o que é um fracasso, por si só. O professor tem que julgar sem ser juiz, compreender sem ser psicólogo, ter paciência sem ser monge. Como eu acabei de dizer, tem que renovar seus conhecimentos como qualquer bom profissional, como um advogado, um engenheiro ou um médico, mas ganhando uma risível parcela do que estes ganham. Parece um sacerdócio, e muitos dizem que é assim mesmo, mas isso é uma decantada balela, o magistério NÃO É UM SACERDÓCIO. Professores tem os mesmos anseios e perspectivas que tem uma pessoa que passou anos e anos se preparando para exercer seu mister.

Daí se pode perceber que o inciso V do artigo 2º, que versa sobre a vulnerabilidade do aluno na relação de aprendizado, não deixa entrever quem está sendo colocado tacitamente no polo mais frágil da relação social em nosso atual momento histórico: justamente o professor. Uma das provas maiores disso é a garantia de anonimato, o que dá um cheiro insuportável de macarthismo à medida. A sensação que fica é a de que o professor pode ser acusado por qualquer motivo além do ideológico, sem defesa. A lei não prevê punição alguma a acusações de cunho pessoal ou eivada de irresponsabilidade.

Se é verdade que o bom profissional deve ser capaz de distinguir suas convicções das disciplinas que ensina, também é verdade que jamais se adota a solução real para o problema: pagar bons salários. Essa seria a solução do problema ideológico: fazer com que o professor mude de classe social. Ganhando bem, a sanha interior por reformas seria arrefecida, e, com isso, o alegado discurso partidário também acabaria. Não é simples? Dê um salário de R$ 20.000,00 para o professor, insira-o em uma real classe média e cale-o. Mas, como não se tem essa intenção, cria-se a mordaça. Coloca-se a espada sobre a cabeça do profissional e deixa-se-lha lá, pendurada, à espera que algum deslize se cometa.


Então temos a falácia da vulnerabilidade do aluno e a criminalização da opinião do professor. Qual é a verdadeira intenção da lei, além de ser um “fora-esquerda”? Por que se busca resolver algo que seria da competência do diretor de uma escola com uma traulitada jurídica nos países baixos docentes? Para entender melhor, é preciso sair da letra fria da lei e ler atentamente as justificativas do egrégio senador da república.

Insistentemente se afirma que há muitos professores que são enviesados ideologicamente (não está expresso nos termos do artigo, mas esse viés é evidentemente marxista, como já virou senso comum), e que sua doutrinação afeta a liberdade de aprendizado dos vulneráveis alunos. Falta informar de onde esses dados foram retirados, o que deveria ser facílimo, dado o assombro que busca retratar. Estatísticas, relatórios, indicadores, depoimentos, artigos, cadê? A única coisa que, de resto, consta do projeto, é a indicação de que se baseia no movimento Escola sem Partido, que visa substituir uma ideologia por outra, nada mais. Sim, porque, ainda que creiamos em boas intenções, o próprio fito de que o estudante não seja exposto a conteúdo político já é, de per si, uma ideologia. Em resumo, trata-se de um tremendo raciocínio circular. Quem vai estabelecer o que não é ideologia já é prenhe de ideologia.

Se eu reclamo que o emérito legislador não apresenta os dados que dão fundamento ao seu projeto, de onde tiro os meus? Eu não tenho referências seguras fora da própria realidade em que vivi, mas o ônus da prova não me cabe. Não tenho números, não tenho pesquisas. Tenho os livros e cadernos de meus filhos e afilhados, tenho as escolas em que desempenhei minhas tarefas, tenho o colégio e as faculdades em que estudei, e posso afirmar, peremptoriamente, que apenas no período da ditadura militar eu vi professores ideologicamente enviesados, pelo menos de forma contumaz e flagrante. Senta, que lá vem história.

Quando eu estava na 7ª ou 8ª série, não lembro bem, a minha professora de Geografia era uma japonesa apelidada de Cebola, dado o aspecto de réstia que ela adquiria com sua habitual trança. Na época, a Geografia que era ensinada era basicamente uma cartografia, com mapas e mais mapas, vitaminados com aspectos físicos como relevo, clima e vegetação. Estudava-se muito pouco os aspectos sociais. Em um ano, estudávamos a geografia do Brasil e da América do Sul, e no outro a geografia mundial, com destaque para os principais países-atores da geopolítica de então. O programa previa Europa, Canadá, EUA, URSS, Japão e fragmentos esparsos afro-asiáticos-oceânicos. Seguimos normalmente a sequência didática proposta, até chegarmos ao capítulo dedicado à extinta União Soviética, uma megapotência de então. Surpresa: a professora Cebola saltou o capítulo, indo direto para o seguinte. Mais realista que o rei, dizia ser um tema insignificante. Não sei exatamente por quais influências, protestei. Eram tempos de guerra fria, e a URSS estava diariamente nos noticiários, com seus milhares de megatons apontados para o ocidente e ameaçando a humanidade (assim faziam os Estados Unidos para o lado oposto). Como esse tema podia ser considerado insignificante? Sua resposta foi que qualquer regime que prive a liberdade de seus cidadãos dá premissa básica para sua invalidade, no que retruquei afirmando que morávamos no Brasil, e que a mesma lógica não foi aplicada para que a mesma professora desprezasse um ano inteiro de matéria. A conversa acabou com mais um ponto negativo em meu currículo. Não havia projeto Escola sem Partido nessa época.

Isso tudo significa que não exista nenhuma doutrinação ideológica nos dias de hoje? Claro que há. Mas, como eu já disse, será que os diretores das escolas não são autoridade adequada e suficiente para coibir os excessos? É preciso praticamente criminalizar a atividade docente?

Mas tudo isso, até aqui, é mera chorumela que oculta o eixo central da proposta, que, no meu entender, está bem definida e acabada no item 15 das justificativas:

15 - Finalmente, um Estado que se define como laico – e que, portanto, deve ser neutro em relação a todas as religiões – não pode usar o sistema de ensino para promover uma determinada moralidade, já que a moral é em regra inseparável da religião;” (grifo meu).

Está aí. O eixo em que a proposta gira não visa livrar a escola das ideologias, mas garantir que os conteúdos não tirem das religiões a tarefa de estabelecer o que é moral ou não. Moral não é coisa para o banco das escolas, segundo o nobre legislador, já que a mesma é indissociável da Religião. Ai, cacete... Quem foi que disse isso?

Princípios morais são princípios humanos, e não religiosos. Tudo bem que as diferentes religiões se apoiem neles, e não há problema algum nisso, mas isso não significa que lhes sejam exclusivos. Sendo assim, o próprio princípio de laicidade do Estado estaria afetado por alguma religião, o que é absurdo. Não se pode afirmar, por exemplo, que um ateu não tenha princípios morais, e que estes sejam melhores ou piores que os de qualquer religioso: basta que se pesquise a distribuição das religiões na cadeia para perceber que ela praticamente plasma a sociedade como um todo. E isso acontece por outro motivo diferente daquele estabelecido por uma religião. O religioso não mata por medo do castigo divino; o ateu não o faz por medo da lei, por respeito ao contrato social, por preocupação com vinganças. Respeitam-se as mesmas leis por motivos diferentes, e está excelente. A Religião não pode ser fonte do Direito, já basta que o costume o seja.

Não é papel da escola ministrar educação religiosa, como quer o artigo 2º, parágrafo VII. Isso é papel das igrejas. Pode parecer incoerência de minha parte, já que eu mesmo afirmei neste texto que é essencial conhecer as religiões nos nossos estudos. Mas observem bem: eu estou dizendo que não se entende o movimento de uma sociedade sem compreender como funcionam seus elementos constitutivos, e a Religião é indissociável da formação de um modelo de pensamento, tal como o vento e a água moldam a pedra. A escola DEVE abordar o tema, mas, aí sim, sem viés ideológico e sem pretender ensinar Religião, mas sob um prisma sociológico, antropológico e histórico. Aliás, mais de uma religião.

No final das contas, o projeto é tremendamente contraditório, na medida em que pretende remover a ideologia política e implantar uma ideologia religiosa. Essa é a sua escrita das entrelinhas. Não será de estranhar professores de Biologia com dificuldades para explicar a evolução, de Física para dar aulas sobre o Big Bang, de Geografia para formular o Pangea, afrontando uma doutrina onde uma divindade já entrega o mundo pronto e acabado. Os professores de Filosofia teriam que descartar os gregos clássicos politeístas, os iluministas deístas, os herméticos panteístas, os modernos e contemporâneo ateus. Nietzsche, Marx, Schopenhauer, Spinoza, Voltaire, Sartre, Sócrates, Platão, Aristóteles, Maimônides, Foucalt, Freud, todos estes podem ser objeto de contestação... Pior ainda se houver uma abordagem sobre sexualidade.

Mas não é só. Outro ponto que tem me dado azia é o tal do “novo ensino médio”, que passarei de passagem neste texto, empurrado goela abaixo pelo governo federal, através de medida provisória, fazendo com que o aluno tenha que optar por disciplinas correlatas à carreira que deseja seguir. Esta escolha é angustiante na maioria das vezes e já tratei especificamente deste tema aqui. Levando em conta que eu pensava em ingresso na faculdade, a medida do governo torna o problema mais grave em dois aspectos: a decisão do aluno necessita ser tomada ainda antes, e seu preparo psicológico é ainda menor. O pior de tudo é que, da forma como se propõe, o aluno jamais terá contato com conteúdos que poderiam fazer a diferença na detecção de suas aptidões. Ora, ora... nunca saberei se gosto de legumes se não experimentar legumes, não é verdade? Pois é isso o que vai acontecer. O propósito ÓBVIO, na minha humilde, é diminuir o corpo docente, mas o governo nunca vai admitir isso.

Se eu estiver correto, há na página do Senado uma consulta pública sobre o tema, onde é questionada a adesão à aprovação popular da Medida Provisória. Vejam o resultado:


Tenho a impressão de que tal estatística não foi muito levada em consideração, dado que a MP foi aprovada e convertida em lei, e só não manifestou seus efeitos explicitamente porque ainda é necessário que sejam aprovadas as novas bases curriculares. Estas não devem ser ampliadas, muito pelo contrário.

É...

Recomendação de leitura:


Como estou aqui em um texto opinativo, o melhor que tenho a fazer é recomendar a leitura da proposta, e, em especial, da sua justificativa. Neste exato momento, está em teóricas boas mãos, o senador Christovam Buarque. Talvez não passe, talvez seja mudado a ponto de se tornar inócuo, mas dá a dimensão dos riscos que corremos.

Para ler o projeto:

Para acompanhar o andamento:

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