Olá!
Hoje faz dez anos que abri este boteco. Com um breve
texto de algumas linhas, concretizei o projeto pedagógico que propus para
estágio na minha faculdade, que usava um meio digital já consagrado e garantia
a participação de meus alunos, onde eu exporia alguma situação quotidiana e,
dela, extrairia Filosofia junto com a rapaziada. Deu certo por um bom tempo,
mas o estágio acabou e o projeto perdeu o propósito. Acontece que eu gostei do
jogo e continuei com ele.
Eu sei que o suporte chamado blog está em plena decadência,
e nem sei mais por quanto tempo a Google pretende manter esta tecnologia
disponível aos usuários, mas o fato é que eu não penso muito nisso e vou
vivendo meu hobby enquanto ele existir. Um site de verdade é uma opção, mas não
tenho conteúdo suficiente para organizar um. Um canal no Youtube não é proposta
factível. Primeiro, porque não faço bela figura. Depois, porque edição de
vídeos é terreno totalmente movediço para mim. Portanto, precisaria de um belo
investimento em editores ou em aprendizado, e isso não vai dar agora.
Mas eu gostaria que esse espaço fosse visitado mais vezes,
mesmo não arredando o pé do formato que adotei. Já pesquisei formas de fazer
com que os buscadores o ofereça aos consulentes, e vi que há alguns
subterfúgios de atrair gente. Um deles é organizar listas. Seres humanos adoram
listas, seja pelo motivo de comparar suas preferências com as de outras
pessoas, seja pelo simples fato de que é mais descansado para a mente pegar
pensamentos prèt-a-porter do que
formar as próprias opiniões. Não creio que isso aconteça para quem busca textos
voltados para a Filosofia, mas gostei da ideia, e resolvi fazer três pacotes de
listas de dez: um mais pessoal e pouco preso a temas, outro mais filosófico e
um último, mais voltado para este blog em si mesmo, porque, afinal de contas, é
ele o aniversariante. Vamos lá?
Dez listas gerais
Para prender vossas atenções, falo dos itens menos específicos,
que fazem parte do dia-a-dia de todos nós, porque quem procura listas
geralmente está atrás de diversão, e não de elucubrações mentais sofisticadas.
Então começo devagar. Sempre lembrando que estamos aqui no pantanoso terreno da
opinião, o que lhes libera para concordar ou discordar.
1 - Dez uniformes de times de futebol
mais bonitos
Futebol é uma coisa que atrai multidões, como bem sabemos
nós, brasileiros. Há todos os motivos para se discutir seja lá o que for: quem
é o time mais glorioso, o de títulos mais relevantes, o de torcidas mais
apaixonadas e così via. Entretanto, tenho uma certa fissura com os fardamentos,
o uniforme de guerra que representa a nação. Estes são os dez que eu acho mais
bonitos (sempre lembrando que meus critérios são prá lá de subjetivos, e cada
um pode ter livremente os seus), já descartando a maldição das terceiras
camisas:
Juventus
É um uniforme simples de tudo, mas o grená e branco fazem
uma combinação perfeita, com um distintivo excelente. Há outras agremiações
grenás, como a Ferroviária, mas o conjunto juventino é perfeito. Será que o
fato de eu ter nascido na Mooca influencia alguma coisa? Pode ser, mas não
consigo evitar.
Cruzeiro
Camisas em cor azul mais escuro geralmente já são bonitas
meramente pelo tom, mas novamente temos um felicíssimo distintivo para ajudar
na configuração. As estrelas soltas na camisa do Cruzeiro são uma sacada sem
igual.
Remo
Quase com a mesma justificativa do item anterior, a camisa
do Remo é ainda mais escura, quase preta. Bonita demais também.
Imagem disponível em lojadoremo.com.br
Corinthians – 2ª
camisa
Ora (direis), sendo seu clube de coração, não deixarias de
incluir a sua camisa... não tente se fazer de isento. Não, não tentarei. Mas
vamos combinar que a camisa dois do Corinthians, aquela listrada e com as faixas
pretas mais grossas que as brancas, dão um toque de originalidade ao conjunto.
Desculpem, mas é uma camisa muito bonita.
Imagem disponível em shoptimao.com.br
Vasco
Uma faixa transversal remete a uma montanha de coisas, como
as camisas de polo, tão queridas pela aristocracia do passado, ou a simbologia
de passagem, entre outras. Muito legal! Mas por que a do Vasco e não a da Ponte
Preta, por exemplo? Por conta do magnifico distintivo da cruz de malta (embora
digam não ser uma cruz de malta de verdade).
Imagem disponível em shopvasco.com.br
Treze
Há tantos times que utilizam camisas com faixas alvinegras
simétricas que quase não dá para escolher uma específica. Mas eu gosto um pouco
mais da do Treze de Campina Grande porque estas faixas em geral são um pouco
mais estreitas que as demais.
Imagem disponível em mpeweek.bb.com.br
Criciúma
As cores de tigre estão espalhadas por alguns times de
Pindorama, como o Cascavel, o São Bernardo, o Volta Redonda, mas a configuração
de ombros, peito e abdômen do Criciúma dá uma beleza única ao uniforme.
Imagem disponível em sportsretro.com.br
Olaria
Há vários uniformes que apresentam faixas horizontais, como
o Flamengo, Fortaleza, São Paulo, Rio Negro e tantos outros, Mas a camisa do
Olaria é absolutamente única, seja pela sua coloração, seja pelo fato de ser
uma faixa única, o que dá uma seriedade maior ao conjunto. Linda.
Portuguesa
Aqui, vamos ter que dar um parêntese. Atualmente, as camisas
da Portuguesa são de faixas alternadas rubroverdes, que eu pessoalmente não
curto muito. Entretanto, as camisas mais antigas, vermelhas e com detalhes
brancos e verdes, são bonitas prá caramba. Esse modelo mais antigo pode ir para
a lista tranquilamente. Espero que qualquer dinâmica de reconstrução da Lusa
inclua a titularização de camisas nesses moldes.
Imagem disponível em halldafama.com.br
América
A mais simples de todas as camisas é também uma das mais
bonitas: vermelha e pronto. Vou no América do Rio por ser a original.
Imagem disponível em verminososporfutebol.com.br
2 - Dez carros de f1
mais bonitos
Gosto bastante de automobilismo, meus caros, e me é
indiferente a presença ou não de brasileiros. Inclusive, fiquei apreensivo com
o desfecho das transmissões da Fórmula 1 a partir desta temporada, achando que
teria que pagar o streaming da Liberty Media. Mas tudo deu certo e a vida
segue. Esta é a lista de bólidos que mais me chamaram atenção na categoria.
A Arrows é a equipe que ficou mais tempo na Fórmula 1 sem
nunca ganhar um corrida, e isso não é bonito. Mas seus primeiros modelos... tá
louco! Cada carro bonito... E olha que acho o dourado uma cor perigosa para
cair no mau gosto.
Imagem disponível em oldracingcars.com
Brabham BT49
O carro que deu o primeiro título ao Nelson Piquet é um
exemplo bem típico de uma época. Largo, com o piloto socado lá na frente, é de
um bom gosto estético sensacional.
Ferrari 126 C2
É muito difícil escolher uma Ferrari, por dois motivos:
geralmente o vermelhão vivo é muito bonito, mas também deixa os carros muito
semelhantes. O modelo em questão é um dos melhores de todos.
Imagem disponível em ferrari.com
Lotus 72 D
A Lotus usou o patrocínio da John Player’s Special
intermitentemente, e sempre com muita elegância. No entanto, o modelo pranchado
do começo da década de 70 é, realmente, especial, porque além de tudo é um
distintivo daqueles perigosos anos.
McLaren MP4/14
Quem pensa nesta equipe, imediatamente traz na cabeça o
modelo maço de cigarros da Marlboro, que é bonito de fato, mas foi outra marca
de cigarros que a tornou esteticamente especial. Gosto muito das transições
entre preto e cinza.
Imagem disponível em mclaren.com
Ligier JS11
Um filhote do tempo dos carros-asa, esta Ligier é uma
verdadeira aula de aerodinâmica para principiantes, além de possuir uma
elegância discreta ímpar na combinação de cores.
Tyrrel 019
Quem viveu o automobilismo do começo dos anos 90 lembra bem
dos carros com bico tubarão. Além de ter sido este o modelo que originou a
série, possuía uma original conformação em modelo bigode, que nem todo mundo
acha bonita, mas eu gosto um bocado.
Imagem disponível em en.wheelsage.org
Lotus 49
Os charutinhos eram sensacionais, causando uma sensação
enorme de incômodo em quem observa e pensa como podia existir malucos que
andavam em jabiracas explosivas como aquelas. Só tinham um defeito: eram todos
muito parecidos. Optei pelo Lotus 49 por causa da tonalidade linda de verde e
amarelo, sem nenhuma patriotada.
Imagem disponível em motorsportoldtimes.wordpress.com
Jordan EJ11
Deu para perceber que não gosto muito de extravagâncias, mas
aqui tenho que abrir uma exceção, porque a preponderância do amarelo e a careta
invocada no bico da Jordan acabaram por me convencer, além de ser uma das
equipes mais simpáticas do paddock.
Imagem disponível em commons.wikimedia.org
March 751
No começo dos anos 70, a criatividade dos projetistas estava
no auge, e cada equipe era tremendamente peculiar. Algumas das equipes adotaram
frentes integrais, que tornavam o aerofólio e a carenagem uma peça só, dando
esse aspecto de limpa-trilhos. Destes modelos, eu gostava da March 751, que,
além de tudo, mantinha exposta uma parte considerável do seu motor.
Imagem disponível em rodrigomattardotcom.wordpress.com
Racing Point RP20
Fiquei com dó de tirar um dos carros que tinha escolhido
inicialmente, então me darei a liberdade de deixar onze itens nessa lista de
dez, deixando a exclusão a critério de quem a ler. Vamos concordar que um carro
cor-de-rosa é uma das apresentações mais incomuns já vistas no circo, mas a
Racing Point RP20 é realmente linda de aplaudir em pé.
Imagem disponível em dunapress.org
3 - Dez cidades para
morar
De todas elas já escrevi textos, então não vou ficar dando grandes
explicações, bastando visitar cada um dos posts, que são ricos em fotos. Dentro
em breve, pretendo estar de mala e cuia em alguma delas. Ao contrário dos itens
anteriores, a ordem aqui é inespecífica.
São Luiz do Paraitinga (um,
dois,
três
e quatro)
4 - Dez canais do
YouTube:
O YouTube virou a nova televisão dos lares brasileiros que
têm grana suficiente para uma banda larga. Muitos dos canais que eu acesso tem
algum propósito filosófico, enquanto outros são outras formas de diversão,
algumas puras e simples, outras com algum teor de inspiração. Da minha lista de
quase cento e cinquenta inscrições, extraio algumas das que eu mais gosto.
Projeto Motor
Um canal sobre Fórmula 1 absolutamente simples: uma live em
dias de corrida e um vídeo semanal sobre assuntos variados, porém correlatos.
Já os mencionei por aqui
e acho um trabalho de muito boa qualidade.
https://www.youtube.com/ProjetoMotor
Última Divisão
Canal dedicado a malucos como eu, que sempre se preocupam
com os times que não estão na mídia, que ocupam as tabelas das divisões
inferiores e que possuem nas suas histórias o seu grande patrimônio. É
simplesmente excelente nessa tarefa.
https://www.youtube.com/UltimaDivisao
Um olhar com Sabrina
Este é o único canal de viagens que eu acompanho, por um
motivo muito simples. Seja lá para onde a Sabrina Araújo for, ela encontra
coisas boas para fazer, de maneira bem parecida com o que faço. Outros canais
buscam o esplendoroso quase inatingível, enquanto Sabrina o encontra em
qualquer cidadezinha.
https://www.youtube.com/UmOlharComSabrina
Ficçomos
Capitaneado pela jovem escritora e socióloga Wlange Keindé,
é um canal de técnicas de escrita que foge um pouco do academicismo. Além
disso, ela passa dicas simples que já acabei utilizando neste espaço. Muito bom
para quem pretende escrever sem grandes pretensões (quem as tiver, deve
procurar uma faculdade, correto?).
https://www.youtube.com/Ficcomos
Literature-se
Também dedicado à literatura, só que pelo ângulo do leitor,
da Mell Ferraz. São opiniões coesas e as mais neutras que consegui encontrar
até agora, além de uma variedade interessante de temas.
https://www.youtube.com/MellFerrazLiteraturese
Som de Peso
Bruno Ascari é um dos melhores youtubers dedicados à música
em Terra Brasilis, e possui uma coleção digna de dar inveja a qualquer museu,
tudo isso aliado a uma vivência que lhe dá assuntos inesgotáveis. Imperdível
para quem gosta de rock’n’roll.
https://www.youtube.com/c/SomdePeso/
The Bestdream I had
É um canal de música, que contém álbuns completos. O que há
de diferente? Só tem coisa boa e difícil de achar. Para passar dias e mais dias
de pandemia ouvindo sem parar.
https://www.youtube.com/TheBestdreamIHad
Ubira Leal
O mais filosófico de todos os futeboleiros. Não é para quem
quer notícias rápidas ou engraçadinhas, mas para quem quer refletir sobre
esportes.
https://www.youtube.com/UbiraLeal
Motovlog do Dan
Aqui, uma força para o primogênito. Voltas e mais voltas de
motocicleta pelo Paraná, com suas impressões pessoais, opiniões sobre os
diferentes bairros e algumas observações jurídicas.
https://www.youtube.com/channel/UCRY2zqF2XF39vdxmRODMF_Q/featured
Estação Armênia
Canal incrivelmente pequeno, um dos mais subestimados que eu
conheço, de boa qualidade e que me chamou a atenção pela minha inesperada
descendência armênia. Vale acompanhar.
https://www.youtube.com/user/estacaoarmenia/
5 - Dez
estabelecimentos legais
Não há nenhum jabá aqui, até mesmo porque não faz sentido
alguém patrocinar um blog de filosofia hoje em dia. São lugares em que você
sente prazer em entrar nem que seja só para olhar, para provar um acepipe, para
pegar um clima. Devido à pandemia, nem sei quais ainda estão abertos, quais
atendem pela internet, e etc. Curtam a vontade.
Emporio Akkar
Situado na região da 25, é uma das “lodginias” mais
tradicionais de artigos árabes de São Paulo. Os gaveteiros de doces são para
matar os diabéticos de raiva. Tem narguilé, tem arak, tem panelas, tem
forminhas, tem roupas e tem comida, muita comida, para sírios, libaneses,
armênios e outros imigrantes da região.
R. Comendador Afonso Kherlakian, 165 – Parque Dom Pedro, São
Paulo - SP
Padaria Franciulli
Quando se pensa em padarias do tipo italiano, logo vem à
cabeça os estabelecimentos do Bixiga, como a 14 de Julho, a São Domingos, a
Basilicata, eccetera. Mas eu tenho uma ligação afetiva com a Famiglia
Franciulli, localizada no Glicério, porque era lá que eu ia buscar um pão com
calabresa todos os finais de semana que eu ia fazer plantão. Por ser menos
badalada, pratica preços melhores, embora os produtos sejam tão bons quanto.
Rua do Glicério nº 750
Glicério – São Paulo/SP
Mai será o Binidito?
Vou para mais longe agora. Em São Luiz do Paraitinga, fica o
Mai Será o Binidito, mais conhecido como bar da Dani para os íntimos, em pleno
centro histórico, com comidinhas de comer na igreja. Qualquer pessoa que comer
o nhoque ao molho de abóbora e não chorar é porque não tem coração. Além disso,
muitos dos petiscos de bar têm referências à culinária do Vale do Paraíba.
Praça Dr. Oswaldo Cruz, 322 - centro, São Luís do Paraitinga
- SP
Mercearia Santa
Terezinha
Tive que fazer um street view para descobrir o nome oficial
da barraquinha da Fátima, a próxima indicação desta lista. Ali, vemos um outro
aspecto do Vale do Paraíba, com muita coisa de cambuci e as estupendas pamonhas
enroladas na folha de caeté, além do pão com linguiça local e outras coisas
típicas de roça, como o frango caipira, pato e queijo a beça. Fica na
estradinha que liga Taubaté a Redenção da Serra.
Rodovia Major Gabriel Ortiz Monteiro (SP-121), Km 2
Sebo do Messias
Um dos meus maiores hábitos no horário de almoço sempre
esteve ligado aos livros, fosse lendo-os, fosse caçando-os nos sebos do centro
de São Paulo. O maior deles é o Messias, onde é possível passar horas a fio
correndo atrás de raridades interessantes. Atenção, riníticos e sinusíticos:
usem máscara, independente de pandemia.
Praça Dr. João Mendes, 140 - Sé, São Paulo - SP
Bar do Elídio
Esta vai também por conta da memória afetiva. Era o bar para
onde eu fugia com os colegas quando resolvíamos enforcar uma sexta-feira de
colégio. Petiscaria abundante, chope na temperatura certa e paredes recobertas
de camisas de times de futebol fazem o ambiente. Pena que o seo Elídio já se
foi.
Rua Isabel Dias, 57 – Alto da Mooca - São Paulo - SP
Pizzaria da Vinci
Em uma cidade que tem mais de cinco mil pizzarias, não
poderia deixar de mencionar ao menos uma. Mas qual escolher? Para mim é
simples. A pizzaria da Leila tem massa crocante, molho puro de tomates
meramente esmagados e recheio farto. A pizza de berinjela é uma coisa prá comer
em estado meditativo. Pensa que é uma grande casa? Nada, uma portinha que foi
achada por acaso, ainda antes de meus filhos nascerem.
Av. Zelina, 1039 - Vila Zelina, São Paulo - SP
Adega Peterlini
Em um ambiente duplo, na pequena cidade de Monte Alegre do
Sul, fica uma adega que vai muito além da ótima cachaça que fica no
subterrâneo: pães feitos no forno a lenha, geleias, ovos, patês e manteigas,
numa casa de estilo roceira absolutamente linda, tocada pelas irmãs Elaine e
Edivana.
Estrada Municipal para o Bairro dos Alves, 202-246, Monte
Alegre do Sul - SP
A.Esportes
Uma lojinha de camisas de times de futebol. Ela está em casa
nova, que não conheci ainda. Boa parte das camisas que tenho em casa veio desse
comércio, que tem bastantes coisas difíceis de achar, e que rende horas de papo
com seu dono, que conta histórias incríveis de como ele consegue obter algumas
de suas raridades.
Rua Cuiabá, 346 - Mooca - São Paulo/SP
Aqualung
Loja de discos na clássica galeria do rock, que se manteve
firme no período em que ninguém queria mais discos de vinil. É a única loja que
conheço que tem um viés do progressivo, o que a torna ainda mais rara.
Avenida São João, 439 - Segundo andar, Conjunto 301 -
Paissandu, SP/SP
Vai fazer falta nesta lista a esquina do Fuad, na Santa
Cecília, mas a mudança do perfil do restaurante foi tão profunda que não posso
me dizer mais um frequentador de lá. Pena.
6 - Dez pratos
favoritos
Comida é tudo, como vocês já puderam ler nas listas
anteriores. Mesmo tendo bem poucas restrições alimentícias, ainda assim tenho
lá minhas preferências. É uma lista difícil, porque um bom arroz é melhor que
um mau faisão, e alguns itens têm modos de preparo praticamente infinitos, como
os pastéis e as pizzas. Portanto, a lista abaixo é circunstancial e mutável.
Mas pode me convidar para qualquer uma das opções, que o sucesso será
garantido. Só escolhi um doce porque na verdade temos aqui um empate
gigantesco: não há doce que eu não goste. Portanto, apelei para o
sentimentalismo e fui no primeiro pudim que a patroa preparou especialmente
para mim.
Risoto de camarão
Feijoada
Costela assada
Macarrão a bolonhesa
Bacalhoada
Peixe frito (praticamente qualquer um)
Batata recheada
Pudim de banana
7 - Dez bebidas
favoritas
Pensando
por oposição, se falei das comidas, devo falar das bebidas. Algumas delas
são bastante óbvias, porque já falei bastante delas aqui no blog, como a
cerveja, o vinho e o café, mas eu gosto de coisas não alcoólicas também, sempre
lembrando que sou responsável
com a direção.
Água tônica
Piña colada
Cachaça azulzinha
Cachaça amarelinha
Chopp escuro
Suco de cambuci
8 - Dez estádios que
mais frequentei
Fui em muitos jogos de futebol, o que já expliquei diversas
vezes neste blog. Fiz uma ordem bem mais ou menos do que imagino tenham sido os
estádios que mais frequentei até hoje, e não uma ordem de preferência.
Arrependo-me hoje, menos bobo, de não ter conhecido o velho Parque Antarctica.
Comendador Rodolfo
Crespi (rua Javari)
Por conta da proximidade e das idas do meu avô, eu cansei de
ver jogos no pequeno estádio do Juventus.
Rua Javari, 117 - Mooca, São Paulo - SP
Nicolau Alayon (rua Comendador
Souza)
Tenho frequentado muito nos tempos recentes (pré-pandemia),
para acompanhar a saga do Nacional em suas idas e vindas nas divisões
inferiores.
R. Comendador Sousa, 348 - Água Branca, São Paulo - SP
Paulo Machado de
Carvalho (Pacaembu)
O estádio por excelência, otimamente localizado e uma beleza
para assistir jogos. Pena que o Corinthians se enfiou numa dívida caríssima, ao
invés de investir em uma concessão nesta casa.
Praça Charles Miller, s/n - Pacaembu, São Paulo - SP
Alfredo Schürig
(Fazendinha)
Esse é dos meus tempos das antigas, quando o pequeno estádio
do Corinthians ainda recebia jogos do time principal. E agora a paixão está
rediviva com o time das meninas, que vai ganhando títulos e mais títulos. É
nele que fica a fonte São Jorge, onde as crianças são batizadas corintianas.
R. São Jorge, 777 - Parque São Jorge, São Paulo - SP
Osvaldo Teixeira
Duarte (Canindé)
Também é um dos campos que eu mais frequentava nos últimos
tempos, muito fácil de acessar e com aura de grandes jogos.
R. Comendador Nestor Pereira, 33 - Canindé, São Paulo - SP
Anacleto Campanella
Frequentei ainda nos tempos em que se chamava Lauro Gomes, e
quem jogava lá era o falecido Saad, mas fui ver o São Caetano nos tempos de
sensação umas cinco ou seis vezes, já sem a arquibancada do lado da Kennedy.
Av. Walter Tomé, 64 - Olímpico, São Caetano do Sul - SP
Cícero Pompeu de
Toledo (Morumbi)
Não fui muitas vezes aqui, mas só foi jogo grande. Para quem
é mais jovem, até meados dos anos 2000, praticamente todos os clássicos,
principalmente as finais, eram jogados no imponente estádio do São Paulo, o
único com dois anéis da capital.
Praça Roberto Gomes Pedrosa, 1 - Morumbi, São Paulo - SP
Bruno Daniel
O estádio do Santo André é pertinho da casa dos primos,
então fui algumas vezes lá para ver o Ramalhão.
R. Vinte e Quatro de Maio - Vila America, Santo André - SP
Neo Química Arena
(Itaquerão)
Reclamei do gasto com o estádio, mas que a arena do
Corinthians é muito bonita e confortável, não dá para negar. Não tem lugar ruim
para ver jogo, e é de encher os olhos a quantidade de detalhes. Me sinto meio
de fora? Sim, mas a gente precisa se acostumar com essas coisas. Só não
acostumo com o preço do ingresso, por isso ainda poucas vezes fui lá.
Av. Miguel Ignácio Curi, 111 - Artur Alvim, São Paulo - SP
Urbano Caldeira (Vila
Belmiro)
É o time da patroa, né? Mas é um estádio muito bacana de ver
jogos, sim.
Rua Princesa Isabel, S/N, Vila Belmiro, Santos - SP
9 - Dez games que eu
mais gostava (tudo velharia)
Eu sou um cara de 50 anos. Videogame era uma coisa muito
rara na minha infância/juventude. Mas eles existiam, apesar do meu acesso em
particular ser muito ocasional. Já mais velho, usei um pouco dos jogos para
computadores que meus filhos tanto amam, mas isso também vai tempo. Não tenho
muita paciência para aprender os diversos macetes e mumunhas necessários para
conseguir desempenhar os jogos mais recentes.
Pong
Para quem é verdadeiramente coroa, este jogo é o tênis do
Telejogo, dois pauzinhos que ficavam correndo atrás de um quadradinho,
provenientes de um aparelho ligado a uma daquelas antigas tevês de tubo. O
único dos meninos que tinha um desses era o Otílio, filho de um dono de
padaria, e que vivíamos adulando para poder jogar.
Retorno Vegas
Este aqui era um jogo para computadores Sinclair, mais
especificamente para o TK85, daqueles que eram carregados via fita cassette.
Não era um jogo apenas de ação, com tiros e etc, mas principalmente de
simulação de navegação espacial, que precisava de muita paciência para ser
jogado. Não encontrei absolutamente nada desse jogo na internet.
Carateca
O Carateca era um jogo famoso para Apple, que joguei muito
quando estava fazendo estágio no técnico de processamento de dados, na telinha
de fósforo verde. Para a época, era um jogo encantador, com muitas fases e
necessidade de habilidade nos comandos.
Enduro
Já aqui chegamos à época de Atari et magna comitante
caterva. O Enduro era um jogo de corrida que se tornou um clássico dos
clássicos, com uma dinâmica muito simples: correr por uma pista com um número
mínimo de ultrapassagens a fazer no decorrer de um dia de competição. Só isso,
mas eu ficava boas horas ocupando a máquina do meu primo Maurício.
Keystone Kapers
Também para Atari, temos aqui uma corrida de polícia contra
ladrão em algo que se assemelha a um shopping de três níveis, com elevadores e
escadas rolantes. Gostava porque não havia raciocínio nenhum para jogar.
Decathlon
Esse jogo era de lascar. Era a reprodução da competição
olímpica de atletismo, onde eram disputadas dez modalidades diferentes: quatro
corridas, três saltos e três arremessos. Arrebentava mãos e joysticks em pouco
tempo.
F1GP
Primeira versão de jogo de Fórmula 1 chancelada pela FIA. É
claro que, comparado com os jogos atuais, era absolutamente tosco, mas na época
era surpreendente, com a reprodução de carros e pistas que correspondiam à
temporada de então.
FIFA International Soccer
94
O jogo do famoso Janco Tianno, o melhor jogador de futebol
daquele mundo particular. Sem dúvida, sua perspectiva diagonal trouxe uma
novidade que revolucionou os jogos de futebol para computador. Junto ao F1GP, é
provavelmente o jogo que mais joguei na vida.
Commander Keen
Um divertido joguinho no estilo Alex Kidd, onde um
molequinho vai navegando pelas telas aos saltos e tiros e cumprindo suas
missões. Novamente um jogo mais para mãos do que para cérebros.
POD (Planet of Death)
O mais subestimado dos jogos que mencionarei aqui. Tinha
potencial para crescer muito mais do que conseguiu, com ótimas pistas, bons
carros e componentes gráficos muito bons para a época de lançamento. A história
inicial é de tirar o fôlego, e cansei de assistir só para me maravilhar com o
que era possível fazer com computação gráfica.
10 - Dez bandas
Sem ordem de preferência (até porque elas mudam), seguem as
minhas dez bandas favoritas de todos os tempos do momento, com o melhor disco
de cada uma delas para animar um pouco mais.
Whitesnake
(Live in the Heart of City - ao vivo)
Black Sabbath (Masters of Reality)
Jethro Tull (A Passion Play)
Genesis (Foxtrot)
Pink Floyd (The
Wall)
Premiata Forneria Marconi (Per un amico)
Banco del Mutuo Soccorso (Io Sono Nato Libero)
Pearl Jam (Ten)
Fanny
(Fanny Hill)
Deep Purple (Machine Head)
Dez Listas filosóficas
Vamos partir para as listas ligadas à Filosofia. Muitos dos
itens aqui listados têm relação com minha atividade acadêmica, então não
estarei falando propriamente de preferências, mas de caminhos que podem ser
cruzados pelos amigos leitores, se por ventura resolverem enveredar por este
caminho. Vamos a elas.
1 - Dez livros
Cem anos de solidão
(Gabriel García Márquez)
Livro espetacular, que eu provavelmente levaria para a tal
ilha deserta, mostrando como os homens são presos à sua própria história.
O Som e a Fúria
(Willian Faulkner)
História complexíssima, feita para ser compreendida no
último parágrafo, e reiniciar imediatamente sua leitura. Um dos principais
pontos é a questão racial: mesmo decadente, o oligarca continua a tratar o
negro como um ser inferior.
Germinal (Émile Zola)
Obra-prima do Naturalismo, é a própria escola do Determinismo
colocada como romance na forma de uma revolta de mineradores de carvão.
O Evangelho segundo Jesus
Cristo (José Saramago)
Releitura ácida sobre a vida de Jesus, com a qualidade de
escrita insuperável do mestre português. Modifica o ponto de vista da narrativa
ao humanizar a visão sobre Jesus.
Ópera dos mortos
(Autran Dourado)
Um olhar inédito sobre loucura e identidade, construindo um
dos personagens mais emblemáticos da literatura brasileira, na minha opinião.
O Velho e o Mar (Ernest
Hemingway)
A metáfora dos dramas pessoais que não são notados por
ninguém além de nós mesmos, além da inutilidade da obtenção do objeto do
desejo.
O guardador de
rebanhos (Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa)
A rejeição da metafísica e o apego epicureu
à vida simples são a tônica deste conjunto de poemas.
A Dama do Cachorrinho
e Outros Contos (Anton Tchekhov)
Neste livro, por ser uma coletânea de contos, tive que
analisar o substrato comum da literatura de Tchekhov, um escritor que foca o
fragmento da vida, mostrando como o mero quotidiano pode expressar as dores e
aflições.
Crime e Castigo
(Fiódor Dostoiévski)
A discrepância entre os sonhos de grandeza e a realidade
crua marca este romance de características fortemente sociológicas e
psicológicas.
Max e os Felinos
(Moacyr Scliar)
A luta do homem com seus conflitos interiores é a tônica
deste breve romance do escritor gaúcho.
2 - Dez filmes
Aqui, não estou indicando necessariamente meus filmes
favoritos, apesar de gostar de todos. Na verdade, trata-se dos dez filmes que
analisei na faculdade, como atividades acadêmicas, no mesmo espírito da lista
anterior. Mas são todos muito bons e recomendáveis.
O Sétimo Selo (Ingmar
Bergman)
Dois momentos icônicos, o xadrez contra a Morte e a dança
macabra, iniciam e concluem este cativante filme. A sua grande questão é: o que
é o homem diante da finitude?
A Festa
de Babette (Gabriel Axel)
Neste filme dinamarquês, há duas perguntas de fundo: o
quanto as aparências enganam e o quando nossa visão tradicionalista nos enche
de preconceitos. Além disso, há uma dinâmica de valores surpreendente na
conclusão.
Ladrões de Bicicletas
(Vittorio de Sica)
Filme do Neorrealismo Italiano do imediato pós-guerra,
retrata o drama do ambiente social e político através de um evento corriqueiro.
Central do Brasil
(Walter Salles)
A ressignificação de um espírito vazio através da tragédia
alheia é o leitmotiv dessa obra-prima do cinema brasileiro.
Oito e meio (Federico
Fellini)
Um filme metalinguístico, que trata dos bloqueios criativos
e das construções das personas, dando a ele um grande aspecto psicanalítico.
A Encantadora de Baleias
(Niki Caro)
Delicadíssimo filme neozelandês que trata dos confronto
entre as tradições milenares e o mundo globalizado.
Matrix (Irmãs
Wachowski)
A mais célebre versão cinematográfica da Alegoria
da Caverna de Platão, adicionada de efeitos de tirar o fôlego, que se
tornaram célebres.
Narradores de Javé (Eliane Caffé)
A importância das histórias contadas é o item central desta
comédia, principalmente quando as mesmas não surgem espontaneamente, mas quando
são criadas com um objetivo específico.
Metrópolis (Fritz
Lang)
Ficção científica da época do cinema mudo, põe a claro os
confrontos entre classes sociais e o messianismo de quem não tem muito pelo que
esperar.
Tomates Verdes Fritos
(Jon Avnet)
Gostei mais do livro de Fannie Flag, que é totalmente
não-linear (e nisso reside sua criatividade) mas não chega a ser demérito. É
uma obra sobre o apego às pessoas e ao próprio passado, e como a leitura da
experiência alheia pode ser libertadora.
3 - Dez obras
filosóficas
Ainda na faculdade, existiam obras ao redor das quais muitas
das disciplinas giravam em torno. Outras ainda eram indicações bibliográficas
para acrescentar subsídios aos temas discutidos. De toda forma, foram livros
que influenciaram pesadamente minha fase acadêmica, sem nenhuma ordem especial.
O Mundo como Vontade
e Representação (Arthur Schopenhauer)
O profeta do pessimismo, o livro que desbancou a razão como
característica central da humanidade, e que evidenciou nossa falta de controle
sobre nossos objetivos. Fundamental.
Genealogia
da Moral (Friedrich Nietzsche)
Como chegamos à nossa ética ocidental e o que ela traz de
prejuízo para nossa existência. Provocativo e instigante.
A
Essência do Cristianismo (Ludwig Feuerbach)
É nesta obra que Feuerbach disserta sobre o fato de que toda
a Teologia é, na verdade, uma Antropologia, já que o homem atribui aos seus
deuses todas as características que lhe são valiosas como humanidade.
Crítica da Filosofia
do Direito de Hegel (Karl Marx)
Livro bom porque você já aprende em dobro: conhece a
Filosofia de Direito aplicada por Hegel e todas as contraposições colocadas por
Marx.
A Cabeça Bem-feita
(Edgar Morin)
Livro eminentemente pedagógico, leva o professor a se
perguntar onde está o velho objetivo de totalidade dos gregos. Imperdível para
quem quer aprender o significado de transversalidade na educação.
Novum
Organum (Francis Bacon)
Estamos entrando no Renascimento e a Ciência está afiando os
cascos para sua cavalgada. Livro basilar para a compreensão do método
científico.
Confissões
(Santo Agostinho)
Entra aqui por ser o melhor autor de toda a Idade Média, com
seu inigualável capítulo 11, sobre o tempo.
Meditações
Metafísicas (René Descartes)
Se há o empirismo de Bacon, há o racionalismo de Descartes,
que até hoje designa aqueles que se pautam pelo raciocínio.
Dialética
do Esclarecimento (Max Horkheimer e Theodor Adorno)
Os conceitos de Indústria Cultural vistos pelo prisma da
Escola de Frankfurt, uma crítica pesada aos efeitos do Capitalismo sobre a
produção de cultura no ocidente.
O Ser e o Nada
(Jean-Paul Sartre)
Livro fundador do Existencialismo contemporâneo, uma
corrente de pensamento que coloca o sujeito em suas ações no centro do debate
filosófico.
4 - Dez discos com
fundo filosófico
No caso, vou explorar os álbuns conceituais, aquelas obras
que buscam ir além da música e trazer uma história ou discussão completa.
Wish you were here (Pink Floyd)
Baseado na história de seu guitarrista original, Syd
Barrett, conta como o mainstream tritura mentalmente quem se enfia em seus
meandros.
Thick
as a brick (Jethro Tull)
Divertidíssima história inventada pelos membros do grupo,
sobre um poema abstrato que um suposto garoto teria composto. Só que não é só a
historinha que é fascinante. A composição fala de maneira muito requintada
sobre o desafio de envelhecer.
Darwin (Banco del
Mutuo Soccorso)
O nome torna a temática meio óbvia: o processo de evolução
das espécies. Mas também o álbum é evolutivo, com cada faixa narrando uma parte
do ciclo.
Hemispheres (Rush)
No formato de suite, o álbum é todo dividido em movimentos,
trafegando pela mitologia grega e enfatizando os contrapontos entre Apolo e
Dionísio, como fazia Nietzsche.
Sargent Pepper Lonely Hearth Club Band
(Beatles)
Não é exatamente um álbum-conceito, embora conte a história
da banda do Sargento Pimenta, e sua filosofia está na novidade dos efeitos da
psicodelia no desenvolvimento das ideias.
Selling England by the Pound (Genesis)
Aqui, em um dos álbuns mais geniais de todos os tempos,
temos a discussão da influência externa na cultura local, e a perda do
significado de um país.
The Rise and Fall of Ziggy Stardust on the
Spiders from Mars (David Bowie)
O longo nome já dá uma ideia da história contada neste
álbum. Filosoficamente, fala sobre sexualidade e consumo de drogas, além da
busca pela paz em um mundo em constante ameaça de destruição.
Days of Future Passed (Moody Blues)
Primeiro álbum que ganhou o rótulo de conceitual, é a
descrição do transcorrer de um simples dia, como a metáfora da passagem do
tempo de uma vida humana.
El Tor (Città Frontale)
Um álbum que transpire questões políticas e sociais, em um
ambiente de problemas gerados por uma epidemia de cólera.
Campo di Marte (Campo
di Marte)
Outro grupo italiano, que, como o nome faz supor, fala sobre
a violência da guerra e as marcas de sua perspectiva permanente.
In a Glass House (Gentle Giant)
A preocupação neste complexo álbum é a preocupação em ter a
vida como se vivêssemos em uma casa de vidro: totalmente expostos e arriscados
a levar pedradas a cada instante.
5 - Dez canais
filosóficos
Agora os canais do YouTube estarão especializados para a
área de Filosofia e derivados. São canais que despertam meu interesse e que
volta e mais consulto em minhas pesquisas.
Anna Gicele Garcia
Alanis
História interpretada também é filosofia. Ótimo canal para
quando eu preciso buscar referências históricas.
https://www.youtube.com/user/AnnaGicelle
Audino Vilão
A grande novidade dos canais de filosofia no YouTube, e que
supre uma carência de forma bem humorada. Segundo seus próprios dizeres, Vilão
fala sobre temas espinhosos com a linguagem da “quebrada”.
https://www.youtube.com/channel/UCdYnL5uXF-sIddK4BpSy2Fw/featured
Café com Yogurt
Infelizmente não tem publicado vídeos. Como o próprio Diego
Solamito diz, “um café com pitada ácida”, que não foge a temas polêmicos, como
sexualidade, religião (ou ausência dela) e outros.
https://www.youtube.com/user/cafecomyogurt
Canal USP
É o canal oficial da Universidade de São Paulo, sinônimo de
fonte confiável no Brasil.
https://www.youtube.com/c/CanalUSP/
Filosofia Acadêmica
Canal do Elan Marinho, que trata de filosofia mais
pesadamente, aconselhável para quem já tem alguma vivência na área. Tem trazido
um monte de debates atualmente, o que é muito bom.
https://www.youtube.com/c/ElanMarinho/
Isto não é Filosofia
Apesar do irônico nome, é de filosofia sim. Da Evelyn e do
Vitor Lima, também tratam de temas mais diretamente ligados à área, embora
possuam um viés crítico mais evidente do que o canal anterior.
https://www.youtube.com/c/Iston%C3%A3o%C3%A9Filosofia/
Penso, logo Assisto
Seu autor tem um perfil mais low profile, mas muito bom e
substancial. Ele deslinda termos que estão no colóquio, mas que usamos sem
saber muito bem porque.
https://www.youtube.com/channel/UCauZY8o2t7RKG2vLOUl9NoQ/featured
Thaís Lima
Aqui, o viés é mais sociológico e antropológico,
especialmente no âmbito do feminismo. Eu sublimo os vídeos de K-Pop, mas o
canal é dela e não vou reclamar.
https://www.youtube.com/c/Tha%C3%ADsLimaM/
Canal do Pirulla
Não tenho como não mencionar o primeiro canal que me fez
criar uma conta e inscrever no YouTube. Pirulla fala de Ciência, é verdade, mas
filosofa inúmeras vezes, sem contar que é o último remanescente daquela velha
guarda que me fez entender um pouco melhor as relações entre a religião e a
ausência dela.
https://www.youtube.com/user/Pirulla25/videos
Frank Jaava
Adriano Facioli incorpora um psicólogo e trata de temas
polêmicos relacionados às coisas da cabeça.
https://www.youtube.com/user/adrianofacioli/videos
6 - Dez animações
Eu segreguei as animações dos filmes em geral por conta de
um caso pessoal curioso. Eu cogitava fazer meu TCC remetendo-me à Filosofia
contida nesse modelo de obra, e, por conta disso, fui fichando várias delas.
Como pretendia aproveitá-las, não as utilizei nas atividades acadêmicas. Acabou
que eu mudei vertiginosamente o tema, e as fichas ficaram jazendo no fundo dos
meus arquivos virtuais. Relembrei deles e trouxe para cá, devidamente
complementados.
A Viagem de Chihiro
(Hayao Miyazaki)
Por trás da aventura asfixiante, há toda uma crítica social
sobre a ganância e a um tema caro aos autores japoneses: a transição entre a
idade infantil e a adulta.
O Túmulo dos Vagalumes
(Isao Takahata)
Esse é triste até a raiz da medula. A temática não é nem tão
novidade assim: os sofrimentos dos indivíduos perante a guerra. Porém, a
maneira como a obra é construída, e especialmente a metáfora dos vagalumes é
desesperadora.
O Serviço de Entregas
da Kiki (Hayao Miyazaki)
Uma animação muito menos agitada, que se foca mais uma vez
no aspecto transicional das idades. Tem um momento em que a cena parece ocorrer
ao obelisco da Ladeira da Memória, mas é um óbvio acaso.
Kirikou
e a Feiticeira (Michel Ocelot)
A pergunta aqui é: por que há pessoas que são más? Uma bela
discussão sobre o sofrimento como desvirtuador do ser humano.
Ghost
in the Shell (Mamoru Oshii)
O que caracteriza um ser humano? Ele é essencialmente sua
mente, ou seu corpo é parte imprescindível dele?
Divertida Mente (Pete
Docter)
Tem muita gente que não vê graça nesta animação, mas eu
achei uma grande sacada a personificação das emoções, especialmente a
demonstração de como todas elas são necessárias para a vida psíquica.
Heavy Metal - Universo
em Fantasia (Gerald Potterton)
Um ícone da minha geração. É uma coletânea de histórias
repletas de violência e erotismo, além de uma ácida ironia. O que há de mais
filosófico é a onipresença do mal, muito mais “confiável” do que o bem.
Yellow Submarine
(George Dunning)
O mundo onírico dos Beatles, repletos de imagens lisérgicas,
e esse é o principal interesse intelectual do filme: como a mente é afetada por
estímulos sensórios.
Persepolis (Marjane
Satrapi e Vincent Paronnaud)
Uma aula angustiante de história - como a vida tenta se
manter em um mínimo de normalidade mesmo em meio à guerra.
Fantasia (Samuel Armstrong et al)
Aqui, temos uma grande possibilidade de análise no campo da
Estética, porque há fusão de imagem e som e perfeito casamento por toda a
animação.
7 - Dez museus
históricos e científicos
Se existe algo de bom na Terra da Garoa, é a sua dimensão
cultural. Aqui tem museus para todos os gostos, todos com porte para te tomar o
dia inteiro ou muito mais, principalmente aqueles que abrem seus acervos para
pesquisa. Vou mencionar abaixo alguns dos que eu gosto mais. Lembrando que
todos se encontram fechados por conta da pandemia, enquanto outros, que se
encontram em reforma, não serão citados.
Museu do Futebol
Praça Charles Muller, s/n - Pacaembu
Museu de Zoologia da
USP
Av. Nazaré, 481 - Ipiranga
Museu de Arqueologia e
Etnologia da USP
Av. Prof. Almeida Prado, 1466 – Butantã
Museu da Imigração do
Estado de São Paulo
R. Visconde de Parnaíba, 1316 - Mooca
Museu Afro Brasil
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n – Portão 10 – Parque
Ibirapuera
Memorial da Resistência
de São Paulo
Largo General Osório, 66 - Santa Ifigênia
Instituto Butantan
Av. Vital Brasil, 1500 – Butantã
Museu dos Transportes
Públicos
Av. Cruzeiro do Sul, 780 - Canindé
Museu Histórico da Imigração
Japonesa
R. São Joaquim, 381 – Liberdade
Museu da Energia de
São Paulo
Alameda Cleveland, 601 - Campos Elíseos
8 – Museus artísticos
Mesma coisa que a lista anterior. Ia fazer uma só, mas não
estava conseguindo acomodar uma coisa só. Sim, disso eu tenho verdadeiro
orgulho em São Paulo.
Museu da Casa
Brasileira
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano
Museu de Arte de São Paulo
– MASP
Av. Paulista, 1578 - Bela Vista
Pinacoteca de São
Paulo
Praça da Luz, 2 – Luz
Museu de Arte Sacra
Av. Tiradentes, 676 - Luz
Museu Brasileiro da
Escultura e Ecologia - MuBE
R. Alemanha, 221 - Jardim Europa
Museu de Arte Moderna
de São Paulo – MAM
Parque Do Ibirapuera, s/nº - Próximo ao Portão 3
Museu da Imagem e do
Som de São Paulo – MIS
Av. Europa, 158 - Jardim Europa
Museu de Arte
Contemporânea – MAC
Av. Pedro Álvares Cabral, 1301 - Vila Mariana
Museu Belas Artes
Rua Dr. Álvaro Alvim, 90 - Vila Mariana
Museu Lasar Segall
Rua Berta, 111 - Vila Mariana
9 - Dez peças em que eu filosofei
Não vou citar autores, diretores, atores e nem em qual
teatro, mas não podia deixar passar batido meu encantamento com o teatro e
mencionar peças de onde saí com a cabeça em movimento.
O feminino na tragédia clássica grega, traduzido pelas
personagens Antígona, Electra e Medeia.
As fronteiras entre a sanidade e a loucura, a perda da
identidade e a impossibilidade de distinguir entre a realidade e a alucinação.
Clássico social de Brecht, a história da menina que flutua
entre as incertezas das atitudes.
Cyrano de Bergerac
O herói romântico que se restringe a um papel secundário na
vida amorosa por conta de sua aparência. Um signo dos problemas gerados pela
autoimagem.
À la carte
A fome unindo dois palhaços da Companhia La Mínima, absolutamente
distintos um dos outros, mostrando como a necessidade reduz os destinos à mera
sobrevivência e à despersonalização.
O homem que sabia
javanês
Inspirada na obra de Lima Barreto, um belo tapa na cara dos
pseudointelectuais, que na sua arrogância não conseguem admitir seu
desconhecimento.
Recordar é viver
Afeto e conflito familiar povoam esta peça com cara de
comédia, mas com conteúdo dramático. Uma tentativa de explicar o presente
através do resgate das memórias.
Contrações
Obra focada nos conflitos das relações de trabalho, a
desgastante convivência entre uma gerente e sua subordinada. São explorados os
limites do aceitável ao valor dado ao dinheiro.
Triptico Samuel Beckett
Beckett é um mestre do teatro do absurdo, e nesta peça
tripartite é abordada a transição entre as fases da vida de uma mulher
perturbada existencialmente.
Do Lado Direito do
Hemisfério
Calcada nos problemas neurológicos insólitos descritos por
Oliver Sachs, esta peça mostra um grupo de atores que perdem a noção de
diferença entre realidade e abstração na montagem de um trabalho.
10 - Dez lugares
filosóficos
Não são só a ágora ou a universidade, mas qualquer lugar que
traga algum tipo de estímulo à reflexão. Selecionei dez deles que ficam
situados nesta metrópole da solidão.
Nostalgia: Cemitério
da Consolação
Na verdade, qualquer cemitério é local de nostalgia. Entretanto,
o Cemitério da Consolação é o mais antigo em atividade na cidade, é
relativamente bem conservado e é recheado de sepulcros famosos.
Desespero: Beco dos Aflitos
O ambiente já é sufocante só de ver. Um beco estreito, em
cujo fim fica uma capela encaixotada entre prédios muito mais altos. A história
do lugar torna as coisas ainda piores: era o lugar onde ficavam encarcerados os
condenados a enforcamento, o que era feito logo mais acima, na atual Praça da
Liberdade.
Liberdade: Memorial do
DOPS
Um conjunto de celas e o corredor do banho de sol dão a
dimensão da claustrofobia de uma prisão especializada na tortura de presos
políticos. É o painel perfeito para a valorização da liberdade física e
psicológica.
Despedida: baias da
rodoviária do Glicério
Elas são discretíssimas, ficam abaixo do Elevado da ligação
norte-sul e serviam para os ônibus de viagem que iam para muito longe, quando
se sabia que os viajantes ficariam longos períodos afastados, ou quando
chegavam sós a São Paulo em busca de uma vida minimamente decente.
Linha da pobreza:
Morro dos Ingleses
A Rua dos Ingleses divide exatamente este morro, onde é
possível enxergar com clareza absoluta a linha divisória entre a Bela Vista e o
Bixiga, que em tese são o mesmo bairro, mas que se separam pela capacidade
aquisitiva de quem vive em cada um deles.
Inflexões: Usina da Traição
É uma construção elevatória no Rio Pinheiros, que serve para
inverter o fluxo de suas contaminadas águas e abastecer as represas da zona
sul. É filosófico porque simboliza para mim como somos tirados de nossos cursos
naturais contra a nossa vontade.
Resistência: chaminé
da Luz
É preciso atenção para reparar nos buracos de bala de canhão
na isolada chaminé da antiga usina que abastecia a região dos quarteis. É uma
peça de resistência, tanto na guerra, quanto na cidade que não cuida de sua
história.
Incompletude: Diana
Caçadora da Praça do Correio
É só um braço faltante, à moda das estatuas gregas
originais, mas o membro arrancado da obra de bronze dá uma terrível sensação de
que há algo faltando, não só fisicamente, mas como aquelas coisas que são
removidas sem licença de nossas vidas. A sensação piora quando sabemos que a
Diana foi furtada inteira recentemente.
Fragilidade: extinto
prédio de vidro do Largo do Paissandu
Aqui, é a tragédia que tornou este lugar filosófico. O
antigo prédio da Polícia Federal, repleto de paredes de vidro, era a imagem do
equilíbrio delicado que a deficiência habitacional desta terra proporciona a
nós diariamente. O que é frágil um dia quebra. O rombo na igrejinha luterana ao
lado complementa o quadro.
Desalento: Escadaria
da Galeria Prestes Maia
Todas as vezes em que saio do Anhangabaú para a Praça do
Patriarca pelo caminho mais curto, eu vejo o símbolo do desânimo aos pés da
enorme escadaria, ladeada pelas escadas rolantes sem manutenção.
Meus top 10
Isso aqui vai ficar comprido... Finalmente, chego às listas
do aniversariante: este blog. Em dez anos, e com mais de 330 textos, é obvio
que dá para fazer algumas listinhas de 10 específicas dele. Quem quiser
conhecer e gostar, estão aí. Recomendem aos seus amigos, coloquem nos grupos de
ZapZap, sigam o Aporias Plurais. Deem uma força para este velho professor que
não exerce sua profissão, mas que gosta de escrever e filosofar.
1 - Dez posts que
ficaram datados
Acho que nem existe mais o Causes, uma espécie de aplicativo
que reunia pessoas em torno de causas específicas. E a própria TV Cultura já é
outra, quase dez anos depois.
Sobre
as ilhas esparsas pelo oceano da indigência televisiva
Nenhum dos programas mencionados na postagem existe mais,
faz tempo.
Sobre
mulheres ricas e fuga humana
Mais uma vez, temos aqui comentários sobre um programa de
televisão que nem existe mais.
Sobre
novas imagens e velhas imprensas
A revista Playboy nem existe mais. A tara que a mídia tinha
sobre a cantora Sandy arrefeceu. E, além disso, o texto meio que desmerece a
imprensa, sem mencionar o jornalismo sério. Tá tudo velho.
A Virada Cultural mudou completamente de modelo, tornando o
tema defendido meio sem sentido. Além disso, devemos ficar dois anos seguidos
sem, devido à pandemia. Nem sei se a Prefeitura voltará a promovê-la.
Sobre
textos bem decorados e a correspondência entre frase e fato
O texto em si é muito bom e atual, na minha opinião. O que
são datadas são as minhas histórias pessoais, já que não faço mais nada daquilo
que está descrito.
Entre
tintas e desencantos - arte e juventude entrelaçadas
A exposição já foi há muito, nunca mais vi nenhum dos
meninos... nem sei se mesmo o restaurante ainda existe.
Quando redigi o texto comemorativo das 100 publicações, eu
tinha contato com um monte de gente que conversava comigo pelos comentários,
pelos feicebuques da vida e mesmo pessoalmente, o que não acontece mais.
Arte
restrita, arte expandida (Sobre macarrão com alcaparras)
Novamente um texto atual, datado apenas nas circunstâncias.
Miseravelmente, o restaurante não existe mais.
Lições
de cinema para fazer professores chorar (de raiva)
O filme já passou, já saíram partes dois e três, e continua
ruim. Os temas são plenamente válidos, mas não sei se ainda dá para discuti-lo
apenas com base na obra.
2 - Dez posts dos
quais esperava muito e veio pouco
O caso aqui sempre se repete: redijo um texto em que eu acho
que vou abafar, e, na verdade, sou abafado. São postagens de pouquíssimas
visualizações, e que nunca entendi porque não deram certo, porque entendo que
são boas. Leiam e me digam o que há de errado com elas.
Estórias
de brinquedos e a dor de existir
Sobre
luzes de Natal e crise da meia-idade: até onde nossas angústias fazem viradas
para a depressão
Tá,
só não saquei bem o que é essa tal de (20 - Filosofia do Tempo)
A
ética da etiqueta: sobre o modo como ela aparta e quando ela reúne
País
do futebol: o que precisamos avaliar para saber se isso é ou não uma verdade
Sobre
as coisas que explicam a necessidade de manter meia dúzia de árvores em pé
Sobre
feriados sem grande sentido e sobre o que legitima uma celebração
3 - Dez posts dos quais esperava pouco e
veio muito
Aqui, temos o exato oposto da lista anterior. São textos que
escrevi descompromissadamente, em geral no correr da pena, mas que acabaram se
tornando os “best-sellers” do espaço. Vai entender...
Pequeno
guia das grandes falácias - 8º tomo - O poço envenenado
Pequeno
guia das grandes falácias - 7º tomo - A inversão do ônus da prova
Eclesiastes,
o livro de Filosofia da Bíblia
Sobre
novelas e a ideologia que nos cerca
Diário
de bordo de uma nau sem rumo – 1º porto: Queluz, as ladeiras da memória
4 - Dez posts que
mais me deram trabalho
Pois é, não é sempre em que basta sentar e sair escrevendo
um texto. Aliás, na maioria das vezes não é. Entretanto, pelas mais diversas
circunstâncias, alguns realmente acabam dando o que fazer: pesquisa, desenhos,
fotos, coletas de estatísticas e assim por diante. Estes foram os que eu
lembrei que me deram o que fazer.
A
internet como campo de prova da anarquia
Em certo momento, consolidei a ideia central na minha
cabeça, mas precisava estudar mais para ver se encaixava. Para isso, pus-me a
ler Proudhon e rebuscar outros livros de Filosofia Política.
Direita
e esquerda - quando a cinestesia é ainda mais complexa nas cabeças do que nas
mãos
Aqui, muito cuidado com as palavras, especialmente nos dez
mandamentos, para não ferir suscetibilidades em tema delicado.
A trabalheira aqui foi na montagem dos exemplos, ainda mais porque
eu cismei de relacioná-los ao futebol. Mas não ficou nada mal.
Quando a gente se propõe a uma tarefa com ares professorais,
deve se preparar para suar um pouco. Isso se aplica principalmente quando
alguma ideia, como é o caso do método científico, tem pouca compreensão e/ou
vem sofrendo combate que não merece.
Eu conhecia as linhas gerais do estoicismo, mas acabei me
afundando de cabeça no tema, já que fui sendo absorvido pelo que ele tem de
cativante. Ter trabalho não significa ter desprazer.
A
pareidolia e os engodos que o cérebro nos impõe
Comecei a me interessar por itens psicológicos ao estudar
Filosofia da Mente, e uma coisa foi puxando a outra, e a outra, e a outra,
gerando uma série de textos que começaram com esse...
... e que chegaram até este, muito mais ligado à
neurociência do que à psicologia, mas ainda assim carregadíssimo de Filosofia.
Os livros da área são um verdadeiro desafio, porque é preciso desfiar muitos
termos técnicos.
O trabalho aqui nem foi de nível difícil, apenas
quantitativamente grande, porque precisei passar, ainda que de soslaio, por
muitos autores.
Sobre
nossos elementos primordiais e a evolução do pensamento filosófico rumo à
Ciência
Quase a mesma coisa que o item anterior. Só que, sendo um
tema que eu adoro, vale também a lógica de que volume de trabalho não é igual a
volume de desgosto.
Eu queria pegar três palavras em que pudesse ser visível o
cruzamento do latim nas demais linguagens, ainda mais com a história da
substituição do L pelo R (rotacismo). Deu muito o que pesquisar, mas fui bem
sucedido.
5 - Dez posts que eu mais gosto
Aqui, não tenho muito o que comentar. São textos que me dão,
essencialmente, prazer em reler, em que consegui sintetizar bem as ideias e, em
certa medida, dosei bem experiência pessoal e Filosofia. Seriam meus cartões de
visita, se tivesse que apresentar minha obra para alguém.
Ensaio
sobre o ensaio - da cegueira e metafísica do egoísmo
Sobre
tristeza e barcos a vela
Navegar
é preciso viver - 6ª ancoragem: Santo Antonio do Pinhal e a solidão de quem
observa o frio
Sobre
nomes de ruas e perda de identidade
Tá,
só não saquei bem o que é essa tal de (19 - Filosofia da Mente)
Ayrton
Senna e os heróis fabricados de linguagem
6 - Dez posts que me
dão vergonha
É, não é tudo o que dá certo. Como, no entanto, parto do
princípio de que devo manter uma certa história pessoal escrita através do
tempo do blog, coloquei por princípio mantê-los como estão, até mesmo para
conseguir fazer um paralelo entre minha cabeça de ontem e de hoje.
Entre
tintas e desencantos - arte e juventude entrelaçadas
Não é exatamente um texto ruim em si, mas eu quis festejar
tanto a exposição dos meninos que eu acabei fazendo um relato mais para o
adulatório do que para o crítico. Mas dá para ler sem embrulhar o estômago.
Sobre
paradas, convicções, torcidas de futebol e confrontos entre religiosidade e
sexualidade
Quis investir tanto no viés sociológico que passa a plena
impressão de que eu não creio em uma natureza da homossexualidade, e sim
somente da construção social.
Discussões
sobre nossa capacidade de legislar adequadamente sobre a maioridade penal
Aqui, eu tenho uma opinião da qual guinei radicalmente para
o sentido oposto, embora continue concordando comigo mesmo em parte. Mas uma
extinção da idade penal seria um desastre completo, da forma como entendo hoje.
Pequeno
guia das grandes falácias - 15º tomo - O raciocínio circular (circulus in
demonstrando)
Não há vergonha pelo post em si, mas pelo engano cometido.
Aqui, fui obrigado a fazer uma pequena intervenção a posteriori para esclarecer
o ocorrido e colocar as coisas em seu devido lugar, com a adição de uma nova
postagem.
Lewis Hamilton assumiu tal protagonismo nas causas sociais
que hoje me arrependo de ter aberto a crítica tal como foi. Sobre isso, ainda
pretendo redigir uma nova postagem, colocando as coisas no lugar.
Auto-ajuda
e Filosofia: há espaço a compartilhar?
Fiquei no muro e passei o pano, pensando em não espantar os
curtidores de autoajuda. Deveria ter sido muito mais contundente. Muito.
Precisaria ter especificado melhor a questão do ateísmo. De
toda forma, fiz isso mais adiante.
Apontamentos
sobre a (im)possibilidade de mensurar a boa arte
Estava fácil de divergir do texto que analisei, mas não o
fiz. Tá... de toda forma minhas análises não estavam tão ruins assim.
Vacinas
versus moral - uma luta difícil de explicar
A vergonhazinha aqui foi só pelo final piegas, embora sendo
verdadeiro.
Não pelo texto em si, mas pela entregada no primo da patroa.
Ah, foda-se... ele merece.
7 - Dez posts que
mais demoraram para ficar prontos
No caso, demorou pelos mais diferentes motivos, na maioria
das vezes pela necessidade de aprofundar conhecimento, mas também por conta da
preguiça ou por pintarem outras propostas na frente. E olha que tem coisa muito
boa aí no meio.
Progressivo
- porque o rock também pode ser arte
Pequeno
guia das grandes falácias – 52º tomo: a armadilha de Kafka (uma falácia polêmica
e perigosa)
Eclesiastes
e sua Filosofia do Tempo - outras observações sobre o livro mais filosófico da
Bíblia
8 - Dez posts que não
escrevi sob condições normais
Seja porque estava com o emocional mexido, seja por conta de
raiva ou até mesmo pelo fato de ter tomado algumas biritas, não estava pleno de
serenidade quando escrevi os dez textos abaixo.
Maradona
e velho problema de esbarrar na loucura a cada instante
Um dos raros textos em que escrevi na febre dos
acontecimentos, ainda por cima o fiz em um quarto escuro, dando um clima um
bocado melancólico.
Por
que nos envergonhamos de dizer “eu te amo”?
Minha mãe tinha acabado de morrer. Não preciso falar mais
nada.
Sobre
o tédio dos dias que parecem não terminar nunca
O título também diz tudo... O arrasto do fim de ano em plena
pandemia.
Sobre
o envelhecimento e a sensação de que a morte nem é tão ruim assim
Uma das primeiras vezes que me senti envelhecendo de fato.
Tinha aqui a notícia da doença da minha mãe, e eu estava
meio mal. Por isso, o tom amargurado do texto.
Sobre
diferenças e indiferença
Já aqui eu estava puto. Levei meu cachorro na igreja de São
Francisco e proibiram a entrada dele. Na igreja do padroeiro dos animais.
Sabe aquelas notícias que não mudam a cotação do dólar, mas
que te pegam mal? Foi exatamente o caso.
Lições
de cinema para fazer professores chorar (de raiva)
Obviamente o título já denuncia, e como eu não tenho sangue
de barata, não consigo simplesmente passar com indiferença por uma “obra”
dessas.
A
Portuguesa e a tragédia grega posta em prática - Até quando há de brilhar a
cruz dos teus brasões?
Como eu exponho no texto, fui acompanhando a derrocada da
pobre Portuguesa e isso foi me dando um aperto danado no coração, e aproveitei
esse exato momento para redigir esta peça.
5
anos de Aporias Plurais – sobre o que motiva e o que desmotiva a atividade
filosófica
O desânimo típico de quem gosta da academia (não para
malhar). E olha que era para ser festivo... é, acho que a Filosofia tem mesmo
um viés deprimido.
9 - Dez posts mais
autobiográficos
Como o propósito deste blog é a extração de Filosofia
através do quotidiano, é inevitável que haja muita autobiografia no seu
decorrer. Nas postagens abaixo, eu me ponho um pouco mais exposto, falando mais
profundamente de minha história e dos fatos que me moldaram.
Prá
não dizer que não falei das tarifas
Em
trezentos textos, a sutil história da transformação do pensamento e da fé
O
cesto da gávea de onde observo o mundo – Epílogo: onde continuarei escrevendo
minhas histórias?
Tim-tim!
Sobre o efeito coquetel e a sofisticação dos mecanismos de atenção humanos
A
dissonância cognitiva e as mentiras que se tornam verdades
Pequeno
guia das grandes falácias - 12º tomo - A afirmação do consequente
10 - Dez posts que começaram de um jeito e terminaram de
outro
Tem muita coisa que começamos a escrever sob a sombra de uma
ideia e que vai mudando de rumo à medida que a escrita vai fluindo, seja porque
falamos sobre processos em andamento, seja porque nossa própria cabeça muda.
Eu fiz toda a parte fotográfica pensando em trazer as ideias
de um filósofo ambientalista. Caí em um perigoso marasmo, porque estava
ameaçando trazer novamente Peter Singer,
Arne Naess
ou James
Lovelock, quando então decidi ir em uma raiz mais metafísica e
trouxe Espinoza para a linha de frente, até mesmo porque estava com uma bela
dívida com o batavo.
Eu comecei a digitar este texto ainda no calor dos fatos, e
estava indo por um caminho ainda mais crítico. Como o juiz em questão se
retratou durante a escrita, dei uma boa tirada de pé.
Sobre
o alcance das concepções da verdade (e a pornografia como sua expressão)
Aqui, eu já tinha produzido toda a parte das concepções da
verdade, mas achei o texto insosso, como uma mera exposição, sem grandes
argumentos. Foi então que resolvi dar um exemplo mais picante para dar um
colorido mais expressivo. Deu certo.
Ia falar só do Descartes, mas achei que ia ficar repetitivo
e busquei um contestador, Gilbert Ryle.
Não chegou a ser propriamente uma mudança de rumo. Queria
dar andamento à análise de aspectos psicológicos, mas calhou bem a introdução
da falácia em questão.
Minha intenção era falar só sobre a Estrada Real, mas acabei
indo parar no conceito de anacronismo
Uma guinada completa, que saiu de Wittgenstein, passou por
Weber e desembocou na Etnometodologia de Harold Garfinkel, a quem eu nem
sonhava em incluir no começo da conversa.
Fui entendendo melhor o funcionamento dessa falácia na
medida em que fazia as pesquisas para sua composição. Achava inicialmente que
era uma simples falácia do “nada com nada”, o que se revelou errôneo.
Constantino
I e o Concílio de Niceia inaugurando o pensamento medieval
Minha ideia inicial era dar uma desancada na influência de
Constantino, mas achei tudo tão mal fundamentado que resolvi virar para a importância
filosófica do evento.
Nada como juntar dois textos que estavam mal parados para um
complementar o outro. Achei que foi oportuno e ficou decente.
Punto e finito. Não sei o que vai ser daqui para frente, se
serão mais dez anos, mais vinte ou se encerro minha aventura por aqui mesmo, o
que é improvável no momento. Agradeço, no entanto, a todo mundo que me
acompanhou até aqui, tanto neste presente texto, quanto no blog em si mesmo.
Haverá algum momento em que vou mudar de meio, ou parar, isso é inevitável.
Espero que vocês continuem comigo por onde eu estiver. Bons ventos a todos!!!
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