Olá!
(Resolvi manter o texto
acima única e exclusivamente para demonstrar como não dá para prometer datas,
mas resolvi mantê-lo para que vocês, meus poucos leitores, entendam como é dura
a tarefa de manter sincronismo com o mundo que nos cerca. Vejam a discrepância
entre a data de pretensão da publicação e a de sua efetiva conclusão. São quase
quinze dias. Mas foi bom, em um certo sentido, porque deu para ver muita coisa
boa e muita tranqueira que confirma toda a substância do que vem a seguir).
Quantos anos eu tinha quando morreu Senna? Vinte e três para
vinte e quatro. Eu estava assistindo a corrida ao vivo, no sofá do porão que me
servia de casa, aproveitando a trégua matutina que me dava o filho mais velho. Foi
uma pancada feia, mas que, a princípio, não parecia tão assustadora. O tempo e
a imobilidade trouxeram mais preocupação, mas nada que fizesse supor o pior
ainda. Só me desassosseguei de fato ao ver a grande poça de sangue deixada no
chão, ao término do resgate: havia algum ferimento grande, e era na cabeça, já
que as imagens do tronco não deixaram de ser exibidas, e nada se via. Desde
então, as velas estavam acesas e os incensos fumegantes. Era a morte de um dos
maiores heróis de todos os brasileiros. Todos? Não, nem todos.
Antes do apedrejamento, deem-me tempo de discorrer sobre meu
modo de ver as coisas. Eu acompanho automobilismo desde criança, doente por
carrinhos que eu era. Na feira, vendiam-se imitações de plástico injetado,
baratíssimas e malfeitas, mas que povoavam meu imaginário particular. Era a
única fruta que eu pedia para a minha mãe, e eu gostava de alinhar grids de
largada, em traçados riscados a giz de costura tungados da genitora, para desespero
da mesma. Obviamente aprendi essas coisas nas transmissões televisivas e
revistas especializadas que meu padrinho trazia das oficinas onde trabalhava
como mecânico. Só pude ir a um autódromo bem mais velho, adulto já.
Eu gostava de acompanhar o que houvesse. Em termos de TV,
praticamente só se tinha notícias da Fórmula 1, mas nos jornais e revistas
falava-se muito em outras categorias. Tinha o Grupo 1, dos opalões e mavecas
envenenados, que depois virou Stock Car; a Divisão 3, com carros de passeio
mais populares; das fórmulas, tinha a Super Vê, a Ford e a F2, na época a
principal categoria de acesso ao topo. Em terras de tio Sam havia a Indy, a
Atlantic, a Can-Am e a Nascar, mais uma corrida de bate-bate do que
propriamente uma competição de pilotagem. São estranhos, os norte-americanos. Gostava
de me debruçar nas variações das pistas, especialmente alguns trechos icônicos
para mim, como a grande reta de Paul Ricard, as “lavadeiras” rapidíssimas de
Silverstone, a belíssima Ferradura de Interlagos e as espremidas ruas dos
circuitos urbanos.
Como garoto, era de se esperar que eu buscasse algumas
referências mais fortes no esporte para compreendê-lo melhor, e isso faz com
que tomemos alguns nomes mais conhecidos, evidentemente mais fáceis de encontrar.
Mas eu não sou exatamente uma pessoa normal. Meu primeiro ídolo na F1 não foi
nem Emerson Fittipaldi, já em sua aventura da Copersucar, nem Nelson Piquet, de
carreira incipiente. Minha torcida mesmo era pelo italiano Riccardo Patrese.
Patrese? Por que diabos Patrese? O motivo é simples. Ele era
o piloto principal da Arrows, uma equipe que, se estava longe do primor técnico
ou de tradição, tinha um carro bonito prá caralho burro: o A2, com o
dourado da antiquíssima cerveja Warsteiner, um modelo que deveria ser usado
didaticamente todas as vezes em que se quisesse ensinar os princípios aerodinâmicos
do automobilismo. Lindo de morrer, largo e de forma ondulada, um spoiler traseiro
incomum e dianteiro ausente, invocado como uma fera, e seu sucedâneo A3 também
era espetacular. Como era uma equipe intermediária, seu desempenho não era
essas coca-colas, e era preciso torcer muito pelo desempenho de seus pilotos, e
é isso o que me levou a ficar vibrando a cada vez que a TV mostrava as
tentativas do padovano em atingir um 5º ou 6º lugares. Não havia internet:
trinta segundos por corrida era o máximo de contemplação possível para uma
equipe menor. Vejam sua cara, obtida em https://www.oldracingcars.com/arrows/a2/.
Já daí, dá para se perceber que o mesmo fenômeno que ocorre
com o futebol (que exemplifiquei aqui)
repete-se no automobilismo. Não é este ou aquele que me interessa pelos feitos
grandiosos, mas o todo, a estrutura completa, que inclui obrigatoriamente as
equipes nanicas. Osellas e Tolemans são tão importantes para F1 quanto Nacional
e Juventus são para o futebol. Isso é o que eu penso.
Não citei a Toleman à toa. Foi nessa pequena equipe que Senna
embarcou na sua aventura esportiva, e por lá fez sua única passagem por um time
menor. Isso ajuda a fazer criar sua aura, porque demonstra uma escala
progressiva onde o fim se deu em pleno auge, na “Williams de outro planeta” no
dizer do próprio. O dia 1º de maio nos reservou uma infinidade de panegíricos
onde se chora em profusão a nostalgia do portador da esperança, embora haja
material muito bom e mais coerente com a história real, como opinam Flávio
Gomes e Victor Martins, jornalistas especializados que produzem textos
críticos, e que apanham muito por isso.
Não acho Senna um herói, não acho um mito. Acho um dos melhores
pilotos que já vi e isso é tudo e já é muito. Acho justo que seja um ídolo
esportivo, um dos maiores, mas circunscrito a esse papel. Como homem,
atribui-se-lhe mais do que deveríamos. Vou explicar isso melhor depois de
tentar entender como esse fenômeno ocorre, porque ele não é inédito e nem mesmo
raro.
Por que temos necessidade de heróis? Sem dúvida, uma das
explicações mais atraentes de todas vem do Estruturalismo, escola de pensamento
que teve seus melhores dias em meados do século passado. A ideia base é
relativamente simples: da mesma forma que os corpos físicos humanos tem sempre
a mesma estrutura, tudo o mais que tenha o dedinho dos bípedes implumes também
tem. Esmiuçando melhor – não importa se uma pessoa é homem ou mulher, trans ou
cis, preto ou branco, criança ou velha, bonita ou feia, corinthiana ou
palmeirense; ela tem cabeça, tronco e membros, tem um coração com quatro
cavidades, dois pulmões e telencéfalo altamente desenvolvido, dentre outros
arremates e passamanarias. Só que um ser humano não é só corpo – é também sua
mente e todo o ambiente que lhe rodeia, incluindo a sociedade que lhe agrega
aos demais. Tudo o que emana do homem é impregnado do homem. Por essa razão,
tudo o mais possui uma espécie de configuração onde a variabilidade está nos
conteúdos, e não nas estruturas. A concepção do Estruturalismo está presente na
Psicologia
com Titchener, na Linguística
com Saussure, na Antropologia
com Lévi-Strauss, na Sociologia
com Giddens e em outros campos das Ciências Humanas.
As constatações dos estruturalistas se dão da mesma forma
que as dos empiristas, ou seja, através da observação. Só que estes veem os
fenômenos como fatos isolados, enquanto aqueles percebem a repetição de
substrato. Por exemplo: os empiristas observam que um brasileiro toma café-com-leite
e come pão com manteiga no desjejum, e que o ianque come bacon com ovos,
enquanto o estruturalista vê que ambos têm a prática do desjejum. A prática
deste é mais significativa do que o alimento utilizado. Um dos temas mais
claramente verificados é a Religião. Com a honorabilíssima exceção dos índios pirahãs*,
todos os povos possuem uma estrutura religiosa em sua formação.
No entanto, a religião como estrutura não é aquela coisa
simplista de todo povo ter um culto e, se aqui temos catedrais, na Arábia temos
mesquitas e em Israel temos sinagogas. O homem cria mitos pela necessidade de representar
suas transcendências e de exaltar aqueles valores que considera fundamentais.
Na medida em que vão se coligindo esses conjuntos, sente-se a necessidade de
eleger algo concreto que materialize o plano simbólico obtido por consequência.
É o que fazem os índios norte-americanos ao cultuarem seus totens. Ali estão
agremiados seus ancestrais e seus ensinamentos, que traduzem por séculos e
séculos todos os princípios basilares que foram transmitidos por aquilo que se
consideram suas divindades. Quando um indígena reverencia o totem, não é à
madeira esculpida que o faz, mas aos valores que o mesmo remete, ou seja, seu
significado simbólico é o que importa. Entretanto, como são os aspectos físicos
que estão ao alcance dos nossos sentidos, tendemos a ter a necessidade de
sacralizar estas representações.
Isso tudo ajuda a entender a necessidade que temos de escolhermos
heróis. Ao mesmo passo em que sofremos, queremos enxergar alguém que reagrupe
tudo aquilo que temos de bom e que nos pode indicar uma saída, ou que sintetize
as qualidades de uma gente, de modo a carregar nossas esperanças. Se nosso herói
é capaz de superação, nós também seremos. E sabemos o quanto o Brasil é um país
sofrido, feito essencialmente de um povo pobre, que, se pensasse a sério, se
desesperaria com a falta de expectativas de melhora. O terreno é fértil para heróis,
mas eles não surgem. Não temos grandes personalidades que brotam da História.
Nossas datas comemorativas não
nos tocam, porque se referem a eventos de conveniência, que pouco dizem
respeito à grande massa. Os políticos têm a mais péssima das imagens,
justificadamente; é um país que nunca viu um Oscar, nunca viu um Nobel, tem
três santos, só um brasileiro de nascença. É o país do samba e do futebol. O
primeiro é um fenômeno interno (nunca se viu um samba nos top ten da vida) e o segundo vinha em período de seca na era Senna:
o propalado tricampeonato já havia sido igualado por Itália e Alemanha, e só na
Fórmula 1 o país ainda tinha representantes dignos de orgulho.
Mas por que Senna, e não Fittipaldi ou Piquet? Afinal, o
Rato** foi o pioneiro, e Piquet atingiu primeiro o tricampeonato. Aqui, faremos
remissão ao filósofo francês Roland Barthes, que aplica o Estruturalismo à
comunicação humana. Em seu livro Mitologias, Barthes disserta sobre a maneira
como a linguagem e a construção do discurso estão subordinadas ao meio social e
submetidos ao poder político, em consequência. A linguagem, sendo construção
social, se afasta da natureza e se adequa a objetivos alienantes. Existe uma
certa estrutura que enfeitiça o pensamento a partir do princípio de que este é,
basicamente, composto por linguagem, cuja principal tarefa é fazer interações.
Barthes traz uma grande lista de casos, e descreve seu funcionamento um a um. Não
fala só de palavras, mas de posturas, de gestual, de indumentária, do modo de
se apresentar à mídia, e demonstra como cada utilização da linguagem é
construída especificamente para uma finalidade, que é escapadiça a um
julgamento crítico. Este é o caráter mítico que se faz da linguagem: uma
estrutura tal é articulada para que ela represente uma circunstância
inequívoca. A linguagem de um político, de um atleta, de um malandro ou de um
operário deve dizer o que eles mesmos são.
Essa é a pedra de toque que explica Ayrton Senna. Ele fala
a linguagem do herói. Emerson Fittipaldi é discreto, e seu fracasso*** como
dono de equipe tirou muito da magia que poderia girar em torno de seu nome,
como um desbravador do automobilismo mundial. Nelson Piquet era um outsider para os padrões tupiniquins,
pouco dado a usar a imprensa como meio de autopromoção, cioso de seu próprio
valor e, por vezes, um tanto arrogante. Já Senna tinha a imagem do bom moço,
que atendia a todos, que evocava o nome de deus a todo instante, atribuindo a
ele a totalidade de seu próprio valor, que fazia questão absoluta de empunhar a
bandeira brasileira a cada vitória. A figura emblemática do Senna Day vem da
realidade. É uma representação de Senna nos braços do povo após uma vitória no
GP do Brasil. Sua morte em plena ação e no auge da carreira deu contornos trágicos
à sua imagem, como se estivéssemos no teatro
grego. Se alguém quiser entender o significado de catarse, basta se colocar
no lugar de quem presenciou toda esta história. Ou relembre-os, como faço eu.
(Extraído de https://www.ayrtonsenna.com.br/sennaday/dist/img/facebook.png
e de https://twitter.com/globoesportecom/status/979049228134764545)
Até aí, não temos nada demais. É lícito e natural que
tenhamos ídolos, que procuremos nos espelhar neles e que prestemos reverência à
sua memória. O problema é quando o efeito alienante dos discursos que Barthes
detecta entra em ação, e nada do que está fora da linguagem do herói pode ser
aplicado ao herói. O herói não pode ter falhas, o herói está no meio-termo
entre o humano e o divino, o herói tem virtudes que o contribuinte ordinário,
como eu e você que me lê, não possui. E quando se fala contrariamente ao arquétipo
do herói, parece que ofendemos às mães das pessoas com os nomes mais feios do
léxico. Mais ainda: parece que ofendemos as próprias pessoas. Em síntese, não é
preciso falar mal do herói; basta que não se concorde em plenitude com o
caráter elegíaco a ele atribuído.
Como Senna se espatifou em um muro, algo inerente ao esporte
que praticava, havia um fato que o igualava ao restante da humanidade, o que é
inadmissível. Parece impossível que simplesmente se aceite a vontade de
experimentar a adrenalina em alta e os limites de nossas capacidades (como já
discuti neste
texto), há a necessidade de uma intervenção externa para explicar o
acidente. Alguns enxergam misticismo: o olhar perdido, os longos minutos ao
lado do carro e as palavras lamentosas eram prova de que Senna sabia que corria
rumo à morte, um destino inexorável. Não, meus bons. Em 1994, Senna era pela
primeira vez o principal representante da classe, sem a concorrência de outros
pilotos do primeiro time, com Prost e Piquet aposentados, Mansell em seu êxodo
na Fórmula Indy, e Schumacher era uma realidade ainda em construção. A geração
de Senna não havia presenciado acidentes fatais in loco. No último, de Ricardo Paletti em 1982****, nenhum deles
estava presente (minto, Patrese e de Cesaris estavam lá, mas não faziam parte
do rol de líderes). É evidente que havia muita consternação e preocupação em um
grupo de pilotos que vivia tempos de um esporte cada vez mais seguro, e a morte
de Roland Ratzenberger deixava patente no rosto de todos uma aura ainda
desconhecida de medo, e não só de Senna ou dos demais pilotos. Outros veem
teorias da conspiração – Senna foi vítima de um sistema de coisas contra o qual
se opunha. Prova disso foi o título que lhe roubaram em 89. Bobagem. Senna
perderia o título de qualquer forma, porque não bastava vencer no Japão. Era preciso
também vencer na Austrália, onde acabou por se acidentar. O título seria de
Prost de todo jeito. E como era inevitável que vencesse títulos com o melhor
equipamento disponível, surgiu aqueles assuntos em que se diz que era preciso
evitar um domínio inevitável, e que para isso era preciso forçar um acidente,
ou esconder um atirador na floresta, ou... ai, ai, ai.
Isso é o que dá desmedir as proporções da visão que temos do
mito. Ele parece tão maior do que realmente é, que acaba por diminuir seu real valor.
Boa parte dessa linguagem é sedimentada pela parte mais visível da mídia que
projetava Ayrton, notadamente a própria rede Globo. Basta ver que a tentativa
de edificar um novo ídolo falhou miseravelmente, personificada, na maior parte,
em Rubens Barrichello (leiam este
texto primoroso de Flavio Gomes). A expectativa que a vênus platinada
formou em torno de um pretenso substituto gerou a imagem negativa que Rubinho
carrega até hoje, como sinônimo proverbial de lentidão. Isso é injustíssimo.
Rubinho é um ótimo piloto, como prova sua longevidade na categoria. Bom de chuva,
grande acertador de carros, capaz de ficar horas a fio dentro de um cockpit
para chegar a um resultado minimamente melhor. Deu azar de compartilhar espaço
com Michael Schumacher, um dos maiores gênios do automobilismo, e a Globo
cansou de alimentar esperanças falsas no torcedor. E a surrada frase que diz
que no tempo de Senna é que as corridas valiam a pena é um dos argumentum
ad antiquitatem mais escancarados que existem. São duas coisas: a primeira
é que, do
mesmo modo que acontece no futebol, se você gostava apenas das corridas em
que o Senna ganhava, você gostava do Senna, e não das corridas. E a segunda é
que o automobilismo sempre foi bom, com ou sem Senna; seria bom mesmo que Senna
nunca tivesse nascido. Apenas teríamos um gênio a menos.
Ah... eu disse que eram duas as efemérides. O outro fato é
estupidamente menos relevante, mas diz muito respeito a mim mesmo: os oito anos
do Aporias Plurais, o blog deste que escreve estas mal digitadas linhas. Oito
anos são bodas de papoula ou de barro, dependendo da fonte. Quanto a este item,
é tudo o que tenho a dizer.
Bons ventos a todos.
Recomendações:
Vão de balde hoje. Em primeiro lugar, o livro já mencionado
de Barthes. A sua primeira parte é uma longa coleção de breves mitos
construídos na modernidade. Na segunda, ele parte para a ignorância e detona
todos o qualquer outro mito moderno que venha a surgir, desvendando sua
mecânica. É bem interessante de se ler.
BARTHES, Roland. Mitologias.
Rio de Janeiro: Difel, 2003.
Atenção: o livro abaixo é uma grande elegia ao Ayrton
mítico. Isso não é um demérito por si só, mas é bom que se saiba se tratar de
um livro de fã, o que deve ser sopesado em sua leitura. No entanto, para quem
busca dados biográficos, é irretocável.
RODRIGUES, Ernesto. Ayrton: O Herói Revelado. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2004.
Um documentário é boa pedida principalmente para quem não viveu
aqueles dias, e há um muito bom disponível (por enquanto) na Netflix. O título
brasileiro traduzido do original em inglês dá bem a dimensão do ídolo
transformado em divindade.
KAPADIA, Asif. Senna:
o Brasileiro, o Herói, o Campeão. (No fear, no limits, no equal). Filme.
França: Studiocanal, 2010. Cor. 106 min.
Por fim, seguem os canais dedicados ao automobilismo que eu
sigo no Youtube. Todos são muito bons, com destaque para o primeiro, de Sérgio
Siverly. Eu também sou um “cabeça de gasolina”.
Velocidade Alta:
* Já falei sobre os pirahãs em outro texto (aqui),
mas é de rigor que eu o faça de maneira mais aprofundada. Aguardem porque está
na minha pauta.
** Não estou ofendendo o Emerson. Este era realmente seu
apelido antes de ingressar na Fórmula Indy. Ao que me conste, ele nunca se
sentiu ultrajado com o cognome.
*** Discordo frontalmente de quem acha a curta história da
equipe Fittipaldi/Copersucar um fracasso. Isso é coisa de quem não manja nada
do que é competição esportiva. Dela, saíram projetistas de renome como Adrian
Newey e Harvey Postlethwaite, e um campeão mundial, Keke Rosberg. Foi uma
equipe que pontuou com alguma frequência e sentiu o sabor de alguns pódios.
Esses resultados são incompatíveis com o fracasso.
**** É bem verdade que Elio de Angelis morreu em decorrência
de um acidente em Paul Ricard em 1986, mas não se tratava da temporada regular,
e sim de testes privados, com poucos pilotos e equipes presentes.
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