Olá!
Ando meio de porre com as redes sociais. Não tanto pelas
mensagens de baixa utilidade, afinal cada um diz o que quer, e quando quer, e
prá quem quer, e porque quer, e como quer, mas quando a coisa caminha para o
pantanoso terreno das posições políticas, o caldo entorna. Isso não se deve aos
debates acalorados (já o são, e em política a coisa é assim mesmo), mas à mais
pura e incólume burrice.
É, é verdade. O brasileiro, na média, carece muito de
entendimento político, e tentei deslindar as origens desta situação nesta postagem aqui. Mas é pouco. Sinto a necessidade de me aprofundar um pouco
mais em algo tremendamente básico, que é a diferença existente entre direita e
esquerda. Ou melhor, se existe sentido em se enquadrar em um ou outro lado.
Fazendo uma conta muito rasteira, este espaço teve 14000
acessos em 53 meses de existência, o que dá algo em torno de 265 acessos por
mês. Então tentarei colaborar com estas virtuais 265 almas mensais para
esclarecer alguns pontinhos muito básicos sobre o assunto, e dar uma ajuda para
que, ao menos essas, pensem um pouquinho mais antes de passar para frente as
fezes que jorram aos borbotões nesse passa-e-repassa insano e imponderado.
Já de cara proclamo que estes termos nada mais são do que
rótulos, o que diminui muito a sua utilidade e seu alcance. Mas isso tem uma
origem. Tudo começa com a Assembleia Constituinte da França, que é um dos mais
importantes acontecimentos ocorridos no período conhecido como Revolução
Francesa, marco inicial da Era Contemporânea, lá pelo fim do século XVIII.
Neste tempo, a sociedade gaulesa era dividida em Estados (ou estamentos, nome
horroroso e correto), intransponíveis, que eram compostos de acordo com a
posição social de cada um: o primeiro Estado era composto pelo clero, o segundo
pela nobreza e o terceiro pelo resto (ainda que a ausência de direitos
praticamente excluísse politicamente os mais pobres). Cada um destes Estados
era representado por determinada quantidade de representantes no parlamento,
mas que, no todo, resultavam em um único voto por Estado. Como os dois
primeiros Estados eram detentores de imensos privilégios, geralmente se
compunham para fustigar as propostas igualitárias e emancipatórias do Terceiro
Estado.
Eis aí. Do lado direito, tínhamos aqueles que lutavam pela
manutenção do status quo, que era
representado pela garantia de privilégios baseados em direitos naturais e
divinos, obtidos pelo mérito do berço e da opção religiosa, enquanto do lado
esquerdo estavam aqueles que lutavam por reformas econômicas e sociais, com um
maior alcance para a ascensão daqueles que, no final das contas, faziam o país
se movimentar.
O clima era de efervescência. Para se livrar das demandas
caóticas e da gritaria dos representantes do Terceiro Estado (das porradas também),
os partidários da realeza (os nobres e os clérigos) acabaram por se agrupar fisicamente
ao lado direito do plenário da Assembleia, enquanto restou aos barulhentos
opositores o lado esquerdo. Após a Revolução, os partidários de uma república
mais moderada, defensora das liberdades individuais, tomaram o lugar dos
antigos Primeiro e Segundo Estado. Os idealistas da igualdade ficaram nos
assentos da esquerda. Como a Assembleia tinha o formato de um anfiteatro, havia
uma parte mais baixa onde ficavam aqueles que tinham alinhamento ora para um
lado, ora para o outro, conforme a conveniência (uma espécie de PMDB de então).
Este trecho, que ficava no centro, era conhecido como Pântano. E, por fim,
havia os montanheses, que ficavam mais ao fundo, em plano mais alto, e eram os
partidários de medidas mais radicais, incluindo a morte dos antigos
privilegiados.
Mas a coisa não é tão simples assim, portanto continuemos.
Antes de incriminar os poderosos à direita e apiedar-se dos bons moços à
esquerda, é preciso traçar um pequeno périplo da simbologia aplicada. O grande
lema da Revolução Francesa é muito conhecido: “Liberdade, igualdade e
fraternidade”. Em termos gerais, podemos pensar que o pessoal da direita era
partidário essencial da liberdade, enfatizando o indivíduo. Por outro lado, os
cidadãos da esquerda se aproximavam dos ideais de igualdade, privilegiando a
sociedade. A síntese de ambos, bem como a chave para o convívio de ambos os
polos estava na terceira palavra do lema – a fraternidade. Com ela, os desejos
de cada uma das posições poderiam ser colocados em uma balança e a ferramenta
de funcionamento social seria o equilíbrio entre as virtudes e os defeitos de
ambos.
Esse é o contexto histórico. Fazia sentido na época.
Continua fazendo ainda hoje? Não, com certeza. Muita coisa mudou, e às posições
políticas foram adicionadas muitas outras. Cada tema que é discutido no espaço
social é passível de polarização. Quando isso acontece, é possível tomar-se um
lado. Mas isso carrega dois problemas: o primeiro é a nossa descontinuidade
mental, pródiga em produzir dicotomias, como eu expus neste texto. E a
segunda é a fixação de rótulos. Estes servem apenas e tão somente para dar uma
pálida ideia de um posicionamento, mas as pessoas levam tão a sério essa
rotulagem que você precisa dar mil e uma explicações ao se posicionar com
relação a um único assunto. É um inferno.
Mas vamos desenhar. Esquerda e direita são definições
espaciais, confere? Portanto, podemos admitir que são passíveis de
representações gráficas. Vamos fazer uma pequena brincadeira para comprovar que
se definir como ser de uma ou de outra é uma mera balela que pode ser atribuída
à sanha classificatória do ser humano, como falei há pouco.
Vamos pegar algumas características políticas e colocá-las
em vetores, onde será possível inferir o quanto estamos à esquerda ou à direita
em relação às mesmas. Como é possível pensar em vários níveis de adesão, também
vamos elaborar uma graduação na régua, com o centro sendo designado como a
posição de neutralidade em relação à causa abordada.
Vamos pensar agora em um aspecto qualquer. Primeiramente, vamos
nomear nosso vetor como “posição política”, sendo que à direita tendemos às
individualidades e, à esquerda, às causas sociais.
Agora vamos adicionar um segundo vetor, fazendo nossa figura
parecer um plano cartesiano. Neste vetor, vamos nos posicionar economicamente.
À direita, temos o liberalismo; à esquerda, a planificação.
Neste momento, inseriremos um terceiro eixo, desta vez
pensando em posicionamento moral. À direita, temos o conservadorismo. À
esquerda, estarão os progressistas.
Mas é possível complicar ainda mais. Agora vamos aplicar
nossas teses em um contexto diferente. Nossos vetores vão ficar coloridinhos.
Vamos pensar em termos de “presença do Estado”, sendo que,
quanto mais presente, mais a barra ficará vermelha. Quanto menos, mais azul. Andando
no sentido da direita, vamos nos deslindando cada vez mais dos dispositivos
estatais, privatizando ao máximo os órgãos públicos, reduzindo cada vez mais o
funcionalismo, extinguindo autarquias, agências reguladoras, suprimindo leis e
estatutos, até chegar a uma completa ausência de Estado, o anarco-capitalismo.
Agora caminhando para o outro lado, vemos o Estado lançando
seus tentáculos cada vez mais sobre a economia e a sociedade. As empresas vão
sendo cada vez mais estatizadas, os preços cada vez mais tabelados, a vida
social vai sendo mais e mais regrada por leis e normas, até chegarmos a um
ponto em que não tenhamos mais nada privativo. Tudo está na mão do Estado.
Aqui, onde os extremos se tocam, já não podemos falar em direita ou esquerda. Se o anarquismo e o anarco-capitalismo são maluquices, eu não sei. Sei apenas que ambos se nutrem da mesma utopia, e já não sabemos se a ausência de Estado é prerrogativa de uma ou de outra.
Vamos de novo, agora no sentido inverso. Agora o assunto é totalitarismo.
Mesma coisa: Quando maior o nível de liberdade, mais azul é a barra; quanto maior
a restrição, mais vermelha.
Finito? Não,
senhor. Observe que, com a finalidade de proteger a propriedade privada, a
liberdade de ter, o lado direito do espectro admite que o Estado se fortaleça,
de modo a garantir que nenhum bolchevique malvadinho vá lhe tomar os bens (não
sou eu quem diz isso: é Ludwig von Mises, papa da doutrina liberal da Escola
Austríaca). Desta forma, a liberdade ambiguamente se restringe; entregam-se os
dedos para manter os anéis. Aceita-se o tirano para que ele nos proteja.
Caminha-se ainda mais à direita, de modo que nada mais importe, a não ser a
proteção da propriedade:
E aqui também podemos vergar a barra e transformá-la em
círculo, a representação mais adequada para extremos que se tocam:
Perceberam agora porque chamam o Fascismo de extrema-direita?
Para proteção com relação ao Estado totalitário dos comunistas, nada melhor que
o Estado totalitário dos fascistas e nazistas, que admitem e defendem a
propriedade privada. Houve estatizações no nazismo? Sim, principalmente com
relação aos materiais e equipamentos bélicos. Mas pesquise por conta própria
alguns nomes de empresas que colaboraram com o regime de Hitler. Talvez você se
surpreenda. Direi mais ainda: a alegação nazista para a sua expansão
territorial incluía lugares onde seu direito de propriedade era corroborado
pela presença de alemães entre a população – a Áustria é etnicamente
indistinguível da Alemanha, os Sudetos da antiga Tchecoslováquia e a porção
oeste da Polônia tinham muitos habitantes germânicos. Onde há alemães, o
direito à propriedade é alemão.
Tentativas de representações gráficas de posicionamentos
políticos e sociais existem aos montes. Nenhuma delas é satisfatória, porque
nenhuma delas consegue abarcar em si as variações do pensamento humano. Isso só
é possível em conceitos fechados, em gabaritos onde as pessoas podem se
encaixar e de lá não sair, e isso é tudo o que precisamos para detectar a
alienação. Não posso ser um liberal que acredite em causas sociais? Não posso
ser conservador em alguns aspectos e revolucionário em outros? Não posso
acreditar que a ordem social pode prefigurar um caos econômico? Se eu me
amoldar a uma das tendências, fico preso aos seus ditames. É não pensar por si
próprio.
Ufa! Cansei, mas ainda falta. Vou partir agora para alguns
pequenos conselhos básicos àqueles meus amigos que pretendem ter um mínimo de
noção para não falar b...obagens quando enveredar pelos rumos tortuosos da
política. São dez, vamos lá!
- Estude Filosofia – Não é
possível compreender a Política como disciplina sem conhecer sua base fundamental.
Por isso, é imprescindível conhecer um mínimo dos alicerces filosóficos da
construção política. Não basta, por exemplo, dizer-se liberal apenas
porque é bonito: é preciso saber o que é Liberalismo, como ele já se
desenrolou na história, suas causas e seus efeitos práticos. Não é
producente afirmar-se contrário aos partidos: é preciso saber o que eles
são, como funcionam, se é possível uma democracia sem eles. É preciso
saber diferenciar autoritarismo e totalitarismo. É necessário desconfiar de
conciliações de ideias impossíveis e contraditórias, mas para isso é
preciso conhecê-las, detectar suas ambiguidades. Aliás, é preciso mesmo
questionar a própria Política, se é possível viver sem ela, onde é
desejável melhorá-la e o quanto ela pode ser benéfica ou maléfica. Lamento
muito, e não estou puxando a sardinha para a minha brasa. Conhecer um
mínimo de rudimentos de Filosofia Política é condição necessária para não
falar besteiras no assunto.
- Estude História – se você
acha História um saco, um acúmulo inútil de datas e nomes, lamento muito.
Você é vítima da esparrela em que nos metemos na fase militarista.
História é uma das melhores matérias para estudar, e, ao contrário do que
muitos pensam, é uma das mais úteis de todas. Se Hitler, por exemplo, tivesse
levado a sério as presepadas de Napoleão nas geladíssimas planícies
russas, jamais teria tentado chegar a Moscou do jeito que fez. O resultado
nós conhecemos. E aprendemos a ler sinais e entrelinhas. Não há como achar
que somos politizados se não conhecermos um mínimo (e esse mínimo tem alta
nota de corte) da História do nosso país, do nosso continente, do nosso
planeta. História não significa criar fatos, mas interpretá-los. É
evidente que a História pode estar enviesada pela perspectiva de quem a conta,
mas é estranho quando alguém vem contra as correntes consolidadas
academicamente, dando alarde a novas teorias da conspiração. A História
por vezes parece muito estranha, mas sempre tem uma lógica a regê-la. E
esta lógica pode se repetir muitas vezes, na atualidade ou no futuro.
- Conheça seus direitos – e
dessa forma acabará por conhecer o direito de todos. É a única maneira de
não espalhar borbotões de oligofrenia (burrice, em bom tucanês) para os
sete ventos. Um belo exemplo são as críticas ao auxílio-reclusão, em um
viral que ficou famosíssimo. Se você fosse bem informado de seus direitos,
saberia que TODO contribuinte da previdência tem direito à seguridade
social, inclusive o presidiário. Não é piedade governamental, é o direito
de um segurado, que paga para tê-lo. Lembro a vocês, para reconfortá-los:
presidiário que não é contribuinte NÃO FAZ JUS ao auxílio-reclusão; e a quem
faz, o dinheiro é recebido por seus familiares. É só ler a lei. Isso é
simples. Pense nisso antes de propagar mentiras. Ok?
- Democracia não é só voto –
Claro que votar é quase um símbolo do regime democrático, e é de suma
importância para exercer a cidadania. É através dele que temos nossa mais
importante participação política. Mas votação não é sinônimo de
democracia. Fosse assim, as monarquias constitucionais não seriam
democráticas, e o Poder Judiciário precisaria de eleições gerais para sê-lo.
Democracia representa, na essência, o Estado de Direito, que significa a
preponderância da lei sobre as vontades individuais. É democrático também
o direito de representar e ser representado, ou seja, não só votar, mas
ser votado. E, principalmente, ter garantia de igualdade perante a lei.
Podemos, a partir daí, pensarmos se vivemos em um país verdadeiramente
democrático.
- Não acredite em qualquer
balela - É triste ver imagens de recibos do bolsa-família de R$ 5.000,00
espalhados pela internet. Não me refiro à defesa desse benefício, mas da quantidade industrial de críticas amparadas por imagens deturpadas. Ninguém precisa gostar de um programa desses,
mas critique-o pelo que ele tem de ruim, racionalmente. Explique porque
você acha maléfico ao país a adoção de medidas assistencialistas, procurando
saber se você não está espalhando cascatas. Isso desmerece a sua causa e
só atrai manés para ela, que depois ficam com cara de tacho. Se você não
gosta do atual governo, seja federal, estadual ou municipal, espalhar
mentiras sobre ele só lhe dará munição. Verifique as fontes das coisas que
você lê, e, se não for possível concluir por sua veracidade, simplesmente
despreza-as.
- O governo atual fez coisas
más e boas – Aliás, TODO governo faz coisas boas e más. Antes que alguém me
chame de petralha (mais um rótulo), declaro solenemente: Sim, eu votei na
Dilma e sim, eu me arrependi. Mas tanto ela, quanto o Lula, quanto o FHC,
quanto o Itamar fizeram coisas boas. Mesmo Collor (que iniciou os
processos de privatização) e Sarney (que convocou a Constituinte) fizeram
coisas boas. Ainda que sob engulhos, informo que também os militares
fizeram coisas boas. Conforme expus neste post, o processo de
vacinação e erradicação de doenças chegou ao ápice nos governos da
ditadura. Isso quer dizer que as atitudes de um determinado governo não
são automaticamente más apenas porque somos contrários a ele.
- Não misture alhos com
bugalhos – É extremamente comum ouvirmos ataques falaciosos contra
candidatos que assumem posturas polêmicas. É o que acontece quando algum
candidato a Presidente se mostra favorável à liberação das drogas, à
descriminalização do aborto e outros assuntos espinhosos. Também temos
candidatos a deputado que berram bravatas relacionadas a estradas, metrô,
hospitais e que-tais. Não, crianças. Alguns assuntos são de competência do
Congresso; outros, do governo. E os candidatos fazem uma mistureba
proposital para angariar votos dos incautos. É preciso saber separar as
coisas: o que depende da criação, alteração ou revogação de leis, é
competência do Congresso. Não adianta um presidente falar aos quatro
ventos que é favorável à liberação de vendas de armas – é preciso uma
modificação na lei, e isso é atribuição do Congresso. O máximo que o chefe
do executivo poderá fazer é pressionar sua bancada, mas há dois aspectos:
dificilmente um presidente ou governador se expõe em temas que afetem
diretamente sua governança (economia é o tema em que o governo mais mete o
dedo no legislativo) e, mesmo que o faça através de Medida Provisória, o
Congresso ainda assim deverá referendá-la. Já o que se refere às políticas
públicas, à administração orçamentária e outras ferramentas
governamentais, são tarefas do Executivo. Se um deputado disser que tem
projetos para ampliar as linhas de metrô, ele estará MENTINDO (ora,
vejam). Isso é tarefa do governo. O máximo que ele poderá fazer é encher o
saco do governador para que ele destine verbas suficientes no orçamento,
mas políticas públicas não são atribuições suas.
- O país não é unitário - Não
é somente em funções que o poder está dividido, mas também em instâncias,
o que confunde muita gente. Existem coisas que são de competência federal;
outras, de âmbito estadual. E há ainda as municipais. Tem gente que faz
uma meleca lascada entre as três, e acaba atribuindo culpa a quem não tem
e mérito a quem não deveria. Exemplo: vivemos falando que transporte
ferroviário é uma grande solução para os transportes no país, e que os
prefeitos não fazem nada para melhorar as coisas. Não fazem e não farão,
por melhores que sejam. Transporte ferroviário é atribuição dos governos
estaduais, e não municipais (metrô incluso). Não cobrem creches dos
governadores, policiamento ostensivo do presidente, presídios dos
prefeitos. Cada um tem um conjunto específico de tarefas a cumprir, sem
poder meter a colher na sopa que não lhe compete. Acreditou no governador
que prometeu melhor gestão na iluminação pública? TROUXA!
- Seja maleável em suas
convicções – Acredite! VOCÊ pode estar errado. Certa vez assisti a um
vídeo em que o jornalista Juca Kfouri disse algo assim: “Na queda do muro
de Berlim, eu vi que todos saíam do lado oriental para ir ao lado
ocidental, e que ninguém fazia o caminho contrário. Foi o dia em que
concluí que aquilo em que eu acreditava estava errado”. É isso mesmo. Não
é preciso ser uma metamorfose ambulante, mas aquela opinião formada sobre
tudo pode mudar, sim. À luz de evidências, é natural e desejável que
pontos de vista mudem. No caso acima, é evidente e cristalino que o
comunismo deu errado. Pode-se afirmar que, se aplicado de outra forma,
poderia dar certo? Sim, mas esse é o único modelo implementado até hoje, e
não funcionou. Ponto final. Por isso, partidários de um comunismo no
modelo soviético chegam a ser exóticos.
- Não compre pacotes prontos de ideologia – Não é só irritante quando alguém insistente e imponderadamente veicula aqueles memes com suas posições ideológicas. É triste também. E é triste porque você vê, desenhando-se à sua frente, mais um caso de alienação. Você não é obrigado a concordar com uma ideologia completa, mas é o que você percebe nos pacotinhos fechados: feminista, contra as armas, a favor do aborto, a favor das quotas... Vice-versa também é tão válido quanto previsível. Nenhuma, repito, NENHUMA ideologia consegue dar conta completa e exata de todos os aspectos humanos. Estão sujeitas a falhas, haja vista a todas que até hoje já foram utilizadas pela humanidade. Embarcar nessa de esquerda e direita é uma fria. E, até simbolicamente, lembrem-se que esquerda e direita dependem da perspectiva de quem vê. Quem olha o congresso de frente e quem o olha pelas costas, tem sinestesia exatamente oposta.
Recomendação de leitura:
Essa aqui é um bom livro para pegar noções básicas das
básicas na temática da política:
VÁRIOS AUTORES. Livro
da Política, O. São Paulo: Globo, 2013. Col. As grandes ideias de todos os
tempos.
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