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Existe uma série de conceitos científicos que gera confusão
na cabeça das pessoas. O motivo é bem simples: não é tudo que pode ser reduzido
a explicações de poucas palavras, e muita coisa, inclusive, precisa ser
demonstrada por contas ou longos encadeamentos lógicos. Então tem gente que se
declara incompetente e prefere apenas ouvir e aceitar. Ou não.
É que têm algumas conclusões científicas que acabam por
mexer com as convicções mais caras às pessoas, muitas vezes sem necessidade, e
por conta disso a Ciência toma ares de vilania, ou até mesmo de uma certa
arrogância. Mas o fato é que cientistas trabalham com evidências, que se
contrapõem a explicações construídas na base da especulação ou da crença.
Uma das teorias mais difíceis de passar pela garganta dessas
pessoas é aquela que recebe o nome de Evolução,
que já tive a oportunidade de tratar por
aqui. O confronto é aberto principalmente porque seres modificados
indicariam uma suposta imperfeição do deus-criador, seja qual for a fé, o que é
inadmissível para os crentes. Acontece que o conceito de perfeição pode
adquirir uma plasticidade infinita, de acordo com as necessidades de adaptação
da narrativa. E a briga acaba se tornando um certame de razão versus emoção.
Isso porque a Ciência toma o lado da racionalidade e a Religião, do sentimento.
Isso é problemático, cada um por seu motivo. Por um lado, a racionalidade é
chata, difícil de lidar e desconfortável de engolir. Trabalhos como Cosmos,
de Carl Sagan (reeditado com maestria por Neil deGrasse Tyson) procuram
preencher a lacuna com a ênfase na beleza do universo e a maravilha das
dimensões e das transformações, trazendo uma pitada de emocionalismo ao tema, o
que serve como uma espécie de cola. Por outro lado, as religiões (e não só
elas) tentam dar coerência interna à narrativa de criação e algum vínculo
científico à hipótese da criação, mais na base do apelo
à ignorância, com meu pedido de perdão aos aderentes à causa, porque eu não
quero discussões.
O fato é que dificilmente conseguiremos extrair conhecimento
de posições antagônicas. Basta que se veja que é raro saber quais dos filhos
começou a briga, e acabamos por aplicar corretivos nos dois. Vou então passar a
responder algumas perguntas comuns sobre a Teoria da Evolução, evidentemente
pelo viés que acredito, mas sem esquecer da minha experiência religiosa, e
sempre lembrando que minha área é a Filosofia, e não a Ciência. Portanto, vou
me apegar muito pouco às evidências puramente científicas, como fósseis,
anatomia comparada, convergências evolutivas, bioquímica molecular, homologias
e analogias, biogeografia, órgãos vestigiais, embriologia, genética e outras, embora
eu vá esbarrar vez por outra nos indicativos biológicos. Minha área é outra, e
eu vou tentar falar sobre a evolução filosoficamente. O começo é o de sempre:
dizer o que a evolução é, para depois dissertar sobre o que ela não é. Vamos
nessa.
A evolução nos faz pensar imediatamente em Darwin, mas a
ideia não nasce com ele, nem é só dele. Evolução, na verdade, nem é um termo
tão correto, porque dá uma ideia de direção para melhorias, o que nem sempre é
verdade*. Uma descrição melhor seria descendência
com modificações, que já havia sido pensada por Lamarck (leia aqui).
De uma geração para outra, minúsculas modificações fariam com que a espécie
fosse se tornando cada vez mais bem adaptada ao ambiente onde vive, até o ponto
em que o acúmulo dessas modificações originasse espécies novas, distintas umas
das outras.
O que é seleção
natural?
Seleção natural é o "motorzinho" do processo de
evolução das espécies. Vamos fazer uma comparação: já perceberam que sempre
aparecem novas raças de cães, de vacas, de frangos? Isso acontece porque os
homens selecionam aqueles que atendem melhor ao critério desejado: porte,
quantidade de leite, tamanho das coxas. Cruzando indivíduos privilegiados em
cada um desses aspectos, a tendência é que seus filhotes mantenham e transmitam
os caracteres vantajosos. Na seleção natural, acontece a mesma coisa, sem, no
entanto, que ocorra intervenção consciente durante o processo. Neste caso, o
seletor é o próprio ambiente, e não um ser humano com intenção, e é dado por
fatores físicos, climáticos, geográficos, populacionais e outros.
O que é pressão
evolutiva?
É qualquer fator que faça com que indivíduos sejam
selecionados. Forçando um pouco a barra, seria uma espécie de vestibular da
própria vida. Imagine você criança com sua tropa de amigos. Evidentemente,
havia um maior e outro menor. Se vocês precisassem fugir da renca da rua de
cima, o mais alto teria mais facilidade para pular um muro, e o menorzinho
talvez conseguisse passar por baixo de um portão. Nesse exemplo banal, os dois
estariam melhor adaptados para resistir a um fator de perigo, os paus e pedras
dos malvados rivais, que sobrariam para os mais frágeis nessa relação: os mais
lentos, os mais pesados, os menos atentos. Essa ameaça à preservação da vida é
o que se chama de pressão seletiva.
Podem ser inúmeras: alterações na temperatura, no regime hídrico, as variações
alimentares, o crescimento de outras espécies, e assim por diante. A suposição
do meteoro que caiu na península de Yucatán, no México, é uma bela amostra de
desencadeador de pressões seletivas. Inicialmente, a queda teria feito surgir
uma grande nuvem de poeira que, a princípio, produziu aquecimento pelo efeito
estufa, já matando um monte de bicho. Posteriormente, a temperatura global
decaiu porque a luz solar estava retida. Isso levou uma montanha de espécies à
extinção, incluindo as diferentes formas de dinossauros de grande porte.
A evolução acontece
como um acaso?
Esse é provavelmente o maior engano que ocorre com relação à
evolução. Se a teoria dissesse que as modificações são meros acasos, eu mesmo
não colocaria confiança nela. Em algum lugar, li que a evolução seria como se
arremessássemos um monte de tintas em uma tela e surgisse a Mona Lisa à nossa
frente. Não, não é assim que funciona.
Vamos colocar algum daqueles dilemas éticos de araque para
ver se consigo me fazer entender. Imagine que você tem dez cachorros na sua
casa, de todos os tamanhos possíveis, e que você os sustenta a contento. Só que
você fica desempregado e precisa bolar um jeito de lhes proporcionar comida.
Caso divida o alimento proporcionalmente ao peso de cada um dos bichos, este
será insuficiente para todo mundo. Você terá duas possibilidades para manter
alguns vivos então: dividir o alimento disponível em parcelas iguais ou colocar
a comida que há e deixar o pau quebrar.
Se você usar a primeira opção, os cachorros maiores
sucumbirão, porque eles precisam de mais alimentos do que os pequenos. Quando
uns três ou quatro deles morrerem, teremos alimentos suficientes para todos os
restantes. Estando seu quadro financeiro estabilizado, a prole que se
reproduzir carregará a genética dos cães menores, e o seu bioma canino será
menor em peso e estatura que o anterior.
Por outro lado, a segunda alternativa favorecerá os
cachorros maiores, que impedirão os menores de se alimentar. Teremos seis ou
sete baixas, também até o habitat favorecer a manutenção dos três ou quatro
grandalhões. Novamente recomposto o bolso, a liberação da festinha fará com que
a prole seja potencialmente mais alta do que a média anterior.
Percebam que o único fator de acaso presente nessa pantomima
toda é o seu desemprego, que gera uma pressão seletiva pela distribuição do
alimento disponível. Nada mais, daqui por diante, se dá por fruto do destino,
mas da seleção dos mais aptos: os menores quando há pouco alimento, os maiores
quando há necessidade de força física.
E até mesmo aqui é preciso se perguntar o que é o acaso. Os
japoneses vivem se preparando para os terremotos que são frequentes em sua
terra. Fazem isso porque empiricamente notam que, de tempos em tempos, há
chacoalhões mais fortes em seu subsolo. Portanto, um terremoto no Japão não é
um acaso, e se tornaria ainda menos ocasional se houvesse tecnologia suficiente
para prever quando os sismos ocorrerão. Ou seja, terremotos no Japão não são
frutos do acaso, e, no mais tardar, contingencial é somente a data em que eles
ocorrem.
Se as mutações são
prejudiciais, por que são importantes na evolução?
Mutações não são aquilo que lemos nos gibis da Marvel.
Deixemos isso para nossa suspensão
da descrença. De fato, as mutações podem fazer com que haja incompatibilidade
entre um organismo modificado e a vida. A grande maioria dos casos já faz com
que o indivíduo pereça ainda em estágios embrionários. Por essa razão, apenas
modificações pequenas e graduais, que estabeleçam vantagens igualmente pequenas
e graduais podem ser acumuladas pelo processo de seleção. Uma semente que resista
a uma semana a mais de seca que as sementes padrão, porque uma mutação a nível
celular lhe permite maior tempo sem umidade, é um exemplo banal de mutação
benéfica.
Os macacos ainda
chegarão a ser humanos?
Desde os tempos do velho Aristóteles, acreditava-se que tudo
tinha uma teleologia, ou seja, uma finalidade. Por conta disso, sendo o homem o
ápice da criação, poderíamos entender que a humanidade é o objetivo para onde
todas as demais espécies apontam. Isso nos daria a falsa ideia de que um belo
dia tudo seria humanidade, não é mesmo? Já agora a ideia parece um pouco mais
absurda.
Mas os seres tem um propósito que poderíamos chamar de
teleológico: sobrevivência. E, sim, a preservação das espécies, por tabela,
também é uma finalidade. As estratégias de sobrevivência (inconscientes) não
podem ser vistas apenas como uma prerrogativa dos indivíduos, mas de todo o
conjunto daquela espécie. A busca pela sobrevivência inclui mudanças de
alimentação, migração geográfica e tantas outras tentativas, e novamente os
mais bem adaptados terão melhores oportunidades de se manter vivos.
Ocorre que o surgimento de uma nova espécie não representa o
fim obrigatório da espécie da qual a mesma é oriunda. Estudos demonstram que as
sanguessugas se originaram das minhocas, e ambas ainda vivem muito bem, obrigado.
Isso significa que não é necessário o desaparecimento de uma espécie para o
surgimento de outra.
Entretanto, estamos falando em milhares e milhões de anos.
As espécies atuais de primatas possuem um ascendente comum que nunca foi
localizado, mas que se encontra extinto. As espécies existentes de macacos
darão origem a novas espécies, que não serão “evoluções” rumo ao homem, ele
também um macaco (leia mais aqui
para desfazer confusões). O ser humano não é o aperfeiçoamento máximo de todas
as espécies. Pensem apenas no que seria um cataclisma climático – provavelmente
só restarão insetos no planetinha, se muito.
A evolução exclui um deus?
Não. Percebam que as doutrinas já colocavam um deus como
criador sem necessidade de provas, então continua sem necessidade de provas que
Deus seja o responsável pelos movimentos da evolução. É perfeitamente aceitável
a especulação de que haja uma divindade por trás do surgimento de novas
espécies, e que a seleção natural seja apenas um artifício pelo qual esse deus
gera as transformações das espécies. Só não há como provar isso.
Então porque há tantas
vertentes religiosas que se contrapõe à evolução?
Porque elas são fixistas, ou seja, preconizam que as
espécies tenham sido criadas exatamente como se apresentam contemporaneamente.
Não admitem que a criação não tenha sido absolutamente perfeita e,
principalmente, que os textos sagrados não tenham sido seguidos ipsis litteris.
Não há que se falar em perfeição. Aquele lago lindo
alimentado por uma cachoeira deslumbrante é uma paisagem perfeita no atacado,
mas um ecossistema que inclui predação e violência no varejo. E mais ainda: as
coisas não funcionam tão redondinhas, como na projeção de um engenheiro. O
máximo que podemos pensar é em sofisticação. Abaixe seu dedo mindinho e veja o
que acontece com o anular. Ele nem encolhe junto, nem se mantém ereto, ficando
a meio caminho, o que mais atrapalha do que ajuda. Não dá pra dizer que isso é
perfeito. Mas a mão humana continua sendo sofisticadamente funcional, mesmo com
a limitação mencionada.
E quanto às estruturas
complexas existentes nos corpos?
Embora os corpos não sejam perfeições absolutas, há certos
níveis de sofisticação tão altos que parece absolutamente impossível que tenham
surgido sem nenhum impulso inteligente. De fato, quando eu penso em mecanismos
como o sistema imunológico, fico meio bolado. Como isso pode ter sido formado
sem nenhum dedinho mágico, nenhuma intervenção divina?
Neste momento, eu lembro que sou humano, e, como tal, tenho
imperfeições que contrapõem a questão da complexidade. Uma dessas imperfeições é
um problema cognitivo, conhecido como descontinuidade
mental. Pode parecer incrível que um organismo tenha a capacidade de se
defender de micro-organismos, mas minha pobre cabecinha de parcos 86 bilhões de
neurônios não consegue visualizar um tempo tão longo, nem mudanças tão lentas.
Por esse motivo, sempre terei a impressão de que uma estrutura complexa não
teria condições de ser construída sem uma intervenção. Aliás, isso é
meia-verdade, porque existe intervenção externa: a do meio-ambiente.
A evolução explica o
surgimento da vida?
Não. A evolução é muito mais simples do que isso. Ela apenas
explica o que está por trás do surgimento de novas espécies. O surgimento da
vida tem hipóteses muito menos corroboradas que a evolução, que ainda vagam mais
pelo campo especulativo do que pelo experimental. A própria evolução pode ser
observada agora mesmo, quando muitas variantes do coronavírus pululam pelo
mundo, adaptando-se a circunstâncias locais e melhorando suas capacidades de
nos encher o saco.
Isso não significa que não existam hipóteses para o
surgimento da vida e que não possa existir uma divindade por trás da coisa
toda. A única coisa é que, mais uma vez, a presença de um deus não poderá ser
provada pela Ciência, que interromperá seu estudo quando chegar aos limites de
seu método. Tudo o que vier depois disso, será Filosofia ou crença.
Por que dizem que a
segunda lei da termodinâmica impossibilita a evolução?
Esse questionamento me obrigou a dar uma estudada em Física.
Segundo diz este princípio, um sistema fechado caminha para a entropia, não o
contrário. Entropia, no caso, é um termo técnico que significa multiplicidade
de estados, o que é, muito mal comparando, uma espécie de “bagunça”. É com base
nesse princípio que um cigarro fumado vira cinza, e não tem como voltar a ser
cigarro**. Para que um sistema não se
desorganize, é necessário um dispêndio de energia, provindo de uma fonte
externa. Como a evolução, em tese, constituiria estruturas mais complexas que
as originais (os primeiros organismos seriam unicelulares), a lei da entropia a
tornaria impossível.
Juro para vocês que eu entendi muito melhor o motivo pelo
qual a entropia não atrapalha em nada a evolução do que o contrário. O que os
defensores dessa ideia esquecem facilmente é que o Sol está aí a brilhar,
animando nossos verões e propiciando energia a beça ao instituto chamado vida.
Além disso, os organismos se alimentam, pois não? E, principalmente, a vida NÃO
É um sistema fechado, justamente porque tem fontes externas de energia e se
retroalimenta.
Na verdade, o uso deste argumento se fundamenta, mais que no
desconhecimento, na vontade de tornar mais científica e complexa uma contraproposta
à ideia da Teoria da Evolução.
Que história é essa de
que a evolução segue um algoritmo?
Um algoritmo é uma sequência lógica de passos. É um termo
que ficou famoso no mundo da informática, porque qualquer programa de computador
nada mais é do que isso. Essa mesma lógica pode ser aplicada à evolução porque
também ela funciona sempre da mesma maneira. Defrontada com um problema (a
pressão seletiva), a evolução sempre tenderá em priorizar o organismo melhor
adaptado. Se o sobrevivente não é o mais capacitado, pode ver direitinho que
houve outro fator preponderando sobre a regra esperada, e o erro está nela, e não
no algoritmo.
Por outro lado, os algoritmos computacionais têm sido
construídos de modo a imitar a evolução biológica, justamente porque esta
consegue resolver seus problemas sem a necessidade de sistemas externos. Uma
das aplicações mais visíveis nos dias de hoje são os mecanismos de aprendizado
de máquina, quando o algoritmo decifra qual dado melhor se adapta às respostas necessárias
para a solução de um problema. É um tema ao qual voltarei, certamente.
Mas a evolução não é
só uma teoria? Não há hipóteses concorrentes? As ideias criacionistas não são
igualmente válidas?
Três nãos. Para o primeiro, recomendo a leitura deste
texto, que já está completinho e me dispensa de reescrever. No segundo e no
terceiro, falo de dentro do âmbito científico. A Evolução é uma teoria
consolidada na academia e o máximo que existe são caminhos que já a consideram como
um fato. E, por fim, criacionismos não seguem critérios científicos, punto e finito. Isso não é demérito
algum, só há um erro de atribuição, como pode ser lido aqui.
A não ser que a validade em tela seja filosófica. Aí, são outros quinhentos.
Por aqui já está bom. Percebam que não usei o termo “deus” com
letra maiúscula porque não estou me dirigindo diretamente ao Deus cristão, mas
a qualquer divindade, embora tenhamos uma tendência natural em pensar nessa
religião ao nos confrontar com o problema da evolução. E também, como já disse,
não quero arrumar briga com ninguém, apenas dar minha dose de esclarecimento a
um tema que gera bastante controvérsia. Bons ventos a todos!
Recomendação de leitura:
Ora (direis), se você fica cheio de dedos em dizer que não é
biólogo e tal e coisa, por que não aponta simplesmente uma bibliografia e vai
descansar? Pelo motivo que mencionei no começo: não há só Ciência por trás da
Teoria da Evolução, mas Filosofia também. Para tudo o mais, recomendo o livro
abaixo, facílimo de ler.
PEDROSA, Paulo (Pirulla); LOPES, Reinaldo J. Darwin sem Frescura. Rio de Janeiro: Harper
Collins, 2019.
* O parto dos seres humanos é um belo exemplo de como uma
aparente desvantagem representou uma salvaguarda para a espécie. Ao contrário
de outros mamíferos placentários, que já nascem mais desenvolvidos, o ser
humano vem ao mundo prematuro, com grande grau de dependência com relação aos
pais, o que, aparentemente, representaria uma desvantagem seletiva. Entretanto,
esse foi o rumo que a evolução tomou para que a estrutura corporal das mulheres
permitisse um parto, justamente porque esse tamanho menor torna possível a
passagem do nascituro sem causar grandes prejuízos.
** É um exemplo meramente ilustrativo, bem distante da
realidade física. Mas se eu for me aprofundar, não tenho conhecimento
suficiente e vou alongar demais o texto, inutilmente.
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